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As pesquisas de Salvador não erraram 

Imagem As pesquisas de Salvador não erraram 
A vitória de Reis no primeiro turno conclama aquilo que havia salientado outro tempo: o criador fez sua criatura e pavimentou a sobrevivência política do neo carlismo  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 16/11/2020, às 00h43   Victor Pinto


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Deu Bruno Reis e deu no primeiro turno. Todo cenário mostrado pelas pesquisas desde as últimas semanas bateu, apesar da tentativa de outros candidatos derrubarem a divulgação. O vice-prefeito, ex-deputado e pupilo de ACM Neto (DEM) é o prefeito eleito de Salvador e assume o tão cobiçado Palácio Thomé de Souza a partir de janeiro do próximo ano. 

A vitória de Reis no primeiro turno conclama aquilo que havia salientado outro tempo: o criador fez sua criatura e pavimentou a sobrevivência política do neo carlismo que mira, a partir desta segunda-feira pós eleição, o Palácio de Ondina. Foram mais de 64% dos votos depositados. Aquilo já esperado. 

ACM Neto, que antes pensava em deixar a prefeitura e seguir rumo para o exterior, abortou seus planos e já monta a toque de caixa seu escritório político na Capital onde abrigará a sede do Democratas baiano.

A campanha de Reis, pelo conversado com fontes palacianas, foi muito maior da maneira incisiva do pedir o voto do que a de Neto. Convenhamos: por ter a linha popstar, o futuro ex-prefeito não precisava fazer tanto esforço por onde chegava, diferente do novo prefeito eleito, pesado, que apesar de boa articulação política, precisou trabalhar triplicado para chegar onde chegou. Foi pra rua como se estivesse em último lugar nos levantamentos. 

O fato da pulverização da oposição facilitou o caminho, mesma tática errônea de 2016. Rui sacou do seu bolso a Major Denice (PT), mas a sacou tarde demais. O PT, como bem salientou o colega jornalista Rodrigo Daniel, teve o pior desempenho dos últimos 20 anos nas urnas soteropolitanos, fato até então registrado a Pelegrino (PT) em 2004 com 21,67%, o mesmo que chegou bem próximo do Palácio em 2012.  

O que será do futuro da major? Há quem diga que o governador garantirá lastro político para a neófita nas urnas que teve um desempenho considerável e obteve um melhor resultado do esfacelo de 16 com Alice. A proeza dos 18% é toda do governador. 

Vale lembrar que Rui, o maestro, já na reta final da disputa, foi apontado como um estrategista de caminhos tortuosos ao vacilar e deixar correr muito solta a pré-campanha e só deixou para entrar de fato com uma candidata tirada do seu bolso que causou muito ciumeira.  

A pulverização ajudou mais um Bacelar, Olívia, Isidório e até mesmo Eleusa Coronel a fazerem o famoso recall. Seus nomes vão ficar frescos na memória do povo para competirem para valer o 2022 com suas pretensas vagas no Legislativo. A tática do segundo turno minguou, mas um tanto de lucro politico cada um terá para ser aproveitado. 

Para o grupo de situação é comemorada a sobrevivência do grupo, para a oposição soteropolitana é hora de juntar os cacos. Vai sentar na cadeira de prefeito um estrategista e articulador melhor do que ACM Neto, diga-se de passagem, e no trabalho de bastidor a dor de cabeça das bandas de Ondina tende a ser maior.

Victor Pinto é editor do BNews, jornalista formado pela Ufba, especialista em gestão de empresas em radiodifusão e estudante de Direito da Ucsal. Atua na cobertura jornalística e na área administrativa de rádios em Salvador. 

Twitter: @victordojornal

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