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Gestão e Política de mãos dadas, casamento à vista com o eleitor

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Publicado em 18/11/2020, às 06h55   Carlos Cavalcanti Neto


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Teóricos importantes, principalmente do continente Europeu, fundaram as bases para que a sociedade atual possa experimentar novas formas de administrar a coisa pública. Thomas Hobbes, Motesquieu, Russseau, Kant e tantos outros nos apresentaram ensaios, livros e artigos que ainda são largamente utilizados nas academias de todo o mundo.

Após essa breve reflexão, adiantamos alguns séculos que nos transportam para o dia 15 de novembro de 2020, quando ocorreram, excepcionalmente no país, as eleições municipais, onde mais de 113 milhões de brasileiros foram exercer sua cidadania plena, transformada em voto para prefeitos e vereadores dos mais de cinco mil e quinhentos municípios brasileiros.

Após um momento de profundas mudanças no modo de pensar e votar do brasileiro, plenamente compreensível em uma sociedade moderna, pois as democracias vivem de ciclos altamente salutares para sua longevidade, eis que vimos de forma mais dedutiva do que empírica, a predileção por políticos mais tradicionais novamente cair no gosto dos eleitores,  elegendo aqueles que não se escondem na capa do não-político, num contraponto ao gestor puro, vindo, na maioria dos casos, da iniciativa privada, que obteve êxito nas urnas nas eleições de 2018.

Adite-se a isso que o brasileiro tem se atentado muito mais à gestão do que em tempos idos, quando bastava falar o nome para ser sufragado nas urnas, sem maiores problemas. Atualmente, as redes sociais vêm reforçando a busca por políticos tradicionais, mas que elegem a gestão como mola propulsora para sua permanência no poder.

No Estado moderno, a política e a gestão se complementam e convivem muito bem e devem sempre atuar de modo conjunto e sopesado, sem pender tanto pro lado quanto para outro, o que certamente pode causar alguns problemas, num campo ou noutro. Os eleitores têm gostado desse novo modo de atuação e nos parece, prima facie, que tem grandes possibilidades de durar por mais tempo, mas claro, conservando sempre o desejo intrínseco da sociedade de mudanças cíclicas.

Assim, aqueles que acham que uma boa gestão pode suplantar deficiências políticas pessoais ou da estrutura de governo podem colher tempestades silenciosas, como vimos em diversos municípios baianos, quando gestores muito bem avaliados em pesquisas perderam as eleições.

Carlos Cavalcanti Neto (Leleto) é advogado, bacharel em economia e especialista em Direito Público pela PUC Minas

Classificação Indicativa: Livre

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