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Não me peçam hipocrisia

Imagem Não me peçam hipocrisia
Bnews - Divulgação

Publicado em 12/04/2021, às 11h47   José Medrado


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Não há quem não esteja destroçado emocionalmente, principalmente quem lida com crianças, sendo pai, mãe...educador ou quem faz às vezes de, com o que aconteceu com o pequeno Hery Borel, de 4 anos. A verdade, no entanto, é que esta realidade é muito recorrente fora desta bolha que nós classe média vivemos. Vivi e vivo na Cidade da Luz muito frequentemente com estas tristes histórias, bem desse tipo: padrasto agredindo enteados com a cumplicidade das mães por questões, sempre ao que tudo transparece, econômicas. O agravante, a crueldade, no entanto, da senhora Monique é que aí não foi apenas por sobrevivência econômica, mas por status, por exibicionismo. Nada, realmente, explica ou pode ser minimizado em uma situação dessas. É crime, é hediondo, é desumano... O pior é que ainda vêm pessoas, as santas de plantão, a dizer que não se pode julgar e começam a jorrar capítulos, versículos da Bíblia que “condenam” os julgamentos. Por favor! Fato é, por outro lado, que o próprio senhor Jairinho tem sido ajudado a se eleger vereador (cinco vezes) com engajamento religioso, de um certo segmento.

Estranhei, de logo, aquela imagem da senhora Monique saindo de mãos dadas com o assassino, quando prestou depoimento em uma delegacia. Estranhei a harmonia. Apenas como informação, fiz mestrado na área de família (não se trata de achismo) e nessas minhas incursões sei que a criança sinaliza sim que está sendo agredida sexual, moral e ou fisicamente...e aguardei que algo viesse à tona, como veio. O pai biológico também não poderia ter descurado do fato do menino reagir tão negativamente ao retornar para a casa da mãe, com permissão da palavra e escusas as que de fato são. Hery gritava que sofria, um grito emocional repercussivo em seu corpinho. Morreu chorando de dor, certamente, com as lesões internas dilacerantes que vinha sofrendo. A tortura era certa, odiosa. Henry em sua pouca vida sentiu o que é ser abandonado, mesmo vivendo em condições sociais confortáveis. Ele foi vítima de um sádico e de uma mãe que encoberta um criminoso por aparente interesse social. Hery não teve a mulher-leoa em que toda mãe se transforma ao ver sua cria em perigo, em risco. Para completar o palco de terror, a senhora Monique faz uma selfie na delegacia, com caras e bocas, arrumando na cabeça a história mentirosa que iria contar, enquanto o corpinho de seu filho estava sendo autopsiado no Instituto Médico Legal. 

Não me peçam, por favor, para que nesta história eu contemporize com sugestão da costumeira hipocrisia dos que se dizem “cristãos”, os falsos evoluídos. Não!! A eles não desejo nada além da consequência legal de suas crueldades, na certeza de que somos livres para fazermos o que quisermos, mas seremos prisioneiros de suas consequência, quer dizer, a eles não sei se por aqui nesta Terra serão.  

Classificação Indicativa: Livre

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