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Precisa de punição

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Bnews - Divulgação

Publicado em 10/05/2021, às 11h24   José Medrado


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É inacreditável que ainda há quem, por conta de suas confissões de fé, ainda se permitem desrespeitar, atacar religiões e comportamentos de outras pessoas, que vivem suas vidas, consoantes seus princípios e direitos. O pior é que, em geral, essas pessoas se apoiam no cristianismo, como se Jesus tivesse pregado a segregação, a discriminação, o preconceito. Penso que essas pessoas sempre carregam questões que vão além de seus vernizes e quitinas, mas que refletem tormentos de suas almas. 


A jogadora de futebol Chú Santos, atacante do Palmeiras e da seleção brasileira, tem sido duramente criticada por torcedores e jogadoras, após fazer um comentário preconceituoso sobre o humorista Paulo Gustavo, que morreu na última terça-feira, vítima da Covid-19. A atleta em uma de suas redes sociais afirmou que o humorista "foi para o inferno". 


O comentário foi feito em uma publicação de outra pessoa, que falava sobre as diferenças entre o vereador evangélico Irmão Lázaro  e Paulo Gustavo, homossexual e umbandista. Ambos foram vítimas da Covid-19. A intolerância gerou revolta entre os torcedores e algumas jogadoras da seleção e de outros clubes brasileiros. A consagrada Marta foi uma das primeiras a se posicionarem. 


Entendo que deve haver mais rigor na aplicação da  Lei Federal nº 7.716, que prevê pena de reclusão de dois a cinco anos a quem cometer "crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional". O Supremo Tribunal Federal (STF), em decisão de 2019, permitiu enquadrar como crime o ato de "praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito" com base em homofobia. Triste é que essas pessoas lançam suas opiniões, depois percebem o que fizeram, aí vêm e pedem desculpa, afirmando que não tiveram esta intenção e coisas e tais. Publicou que: "Da mesma forma que tive peito de ir lá e comentar no Facebook eu também tenho peito de vir aqui me desculpar com vocês. Pode ter certeza que não vai mais acontecer. Foi um impulso e acabou gerando esse comentário", justificou e enfatizou: "Quero pedir desculpa a todos, se atingiu vocês de alguma forma, se não foi do agrado de vocês. Não só desculpa, quero que me perdoem.", pois é, tudo bem que as pessoas se permitem a sair menosprezando, desconsiderando outras pessoas, atingindo, inclusive, seus familiares e amigos com os seus conceitos equivocados, cheios de intolerâncias, mas já virou uma prática, e o pior: em possível ação criminal, a justiça aceita a retratação como forma de prévia absolvição, restando, muitas vezes, apenas a busca de indenização como forma de apenamento. Todavia, essas condenações pecuniárias têm sido muito baixas, que não dissuadem a novas investidas fanáticas. 

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