Política

Querem levar Rui a todo custo à CPI

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Bnews - Divulgação

Publicado em 01/06/2021, às 08h00   Victor Pinto


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Os senadores Eduardo Girão (Podemos-CE) e Marcos Rogério (DEM-RO) querem a todo custo fechar o cerco contra a Bahia e colocar o Estado na baila da CPI da Pandemia no Senado Federal. Após o fim do Big Brother Brasil, nunca antes na história desse País uma Comissão Parlamentar de Inquérito foi tão vigiada e tão comentada nas redes sociais. O que é um excelente sinal. 

Certo de convocar governadores e prefeitos para balancear a narrativa anti bolsonarista, que tem se desenvolvido dia após dia, os cavaleiros de Bolsonaro buscam atingir estados nordestinos. Só na última semana foram mais de cinco requerimentos que atingem diretamente o governo baiano: pedido de convocação de Bruno Dauster (ex-Casa Civil); informações de dados da Operação Metástase, que envolve a Sesab; pedidos de dados de auditorias; dados da Fundação que foi gestora do Hospital de Campanha da Arena e sem contar o Consórcio do Nordeste em si e a compra fracassada dos respiradores que coloca Rui Costa (PT) no centro da história. 

A artilharia começou, principalmente, coincidência ou não, após o senador Otto Alencar (PSD) ganhar visibilidade em sua atuação na CPI e expor, cientificamente, brechas de autoridades que exerceram ou exercem funções importantes no ministério da Saúde. Até os mármores do Congresso sabem que Otto é um ferrenho defensor de Rui, pois uma exposição delicada do petista sentado na cadeira de convocado comprometeria toda uma engrenagem de poder que busca continuar por mais quatro com Jaques Wagner (PT) em Ondina. 

Podemos, inclusive, apontar o sumiço de Wagner diante da CPI, que pode ser frequentada por membros ou não membros. Desde quando tenho acompanhado os trabalhos da Comissão, não vi sequer uma aparição repentina do ex-governador. Estaria ele se blindando? Se a cabeça surgir, pode também surgir pedra de lá pra cá. Mas justiça seja feita, o petista pretenso candidato em 22 ao governo não foi a favor da criação da CPI neste momento. 

Voltemos aos cavaleiros do bolsonarismo. Girão, chamado de oportunista pelo presidente do colegiado Omar Aziz (PSD), tem total descrédito de Otto. Em entrevista que me fora dada na rádio Piatã FM na última semana, o senador baiano menosprezou a atuação do colega e apontou um dado importante: é pré-candidato a governador no Ceará. Com essa informação o pessedista quer dizer que a defesa do filiado do Podemos tem de pano de fundo um apoio palaciano de campanha no futuro. Duvidar, eu não duvido, nem um pingo. 

Já Marcos Rogério é do Democratas, partido do qual o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, é presidente nacional. Apesar da postura alinhada 100% com o governo Bolsonaro, o baiano, em conversa até comigo na sede do partido em Brasília, chegou a dizer que a postura de Rogério é isolada e não representa a atuação da sigla na Comissão. Mas é do mesmo partido e está soltinho tocando sua defesa governista. É a síndrome reversa da Viúva Porcina que é, mesmo dizendo que não foi. 

No campo das suposições não é fácil descartar possuir um jogo casado com o Planalto para desestabilizar a imagem do governo da Bahia de alguma forma, pois surge com início de densidade o fator João Roma. Nacionalmente, por mais que termine em pizza, de fato, a CPI tem ajudado a sangrar a imagem do presidente. 

Se tiver suspeitas, que se investigue. Mas as prerrogativas constitucionais de transformar governadores em depoentes estão sendo quebradas em nome de uma forçação de barra. O STF vai dar salvo conduto aos governadores já convocados e Rui Costa pulou uma fogueira na última semana. Junho chegou, vamos ver se pulará outras que estão surgindo pela tropa bolsonarista.

* Victor Pinto é editor do BNews e âncora do programa BNews Agora na rádio Piatã FM. É jornalista formado pela Ufba, especialista em gestão de empresas em radiodifusão e estudante de Direito da Ucsal. É colunista do jornal Tribuna da Bahia, da rádio Câmara e apresentador na rádio Excelsior da Bahia. 

Twitter: @victordojornal

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