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Possível crime?

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Bnews - Divulgação

Publicado em 02/08/2021, às 11h24   José Medrado


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Uso faz alguns anos de CPAP, em livre tradução do inglês, Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas, sendo um dispositivo recomendado para o tratamento de distúrbios respiratórios, no meu caso apneia do sono. Há mais de um mês a competente fisioterapeuta que me acompanha, encaminhou o alerta 3562 , da ANVISA, em Atualização (Tecnovigilância) - sobre Philips Medical Systems Ltda - Ventilador Pulmonar; Sistema Bipap, alertando para a degradação de espuma e emissão de compostos voláteis em ventiladores pulmonares. Entrei em contato a mais 40 dias até o presente momento, nada do tal recall. 

Chamou-me a atenção, no entanto, que geriatra com quem estive conversando desconhecia completamente este alerta, bem como pessoa que faz uso. Estamos falando de aparelho que sustenta a vida, ou para muitos ajuda a melhor espirar, ou seja, algo de tamanha gravidade, sem qualquer divulgação em mídia. Acostumado a ver chamamento de recall para carros e até motocicletas, a  Philips parece dar com os ombros acerca da gravidade da descoberta. Assim, repasso na sequência, ipsis litteris, o encontrado na página da ANVISA, alerta 3562: Ventilador Pulmonar (Registro 10216710291); Ventilador E30 (Registro 10216710389); Sistema Bipap (Registro 10216710333). Nome Técnico: Ventilador Pressão e Volume; Ventilador de uso contínuo para suporte ventilatório mínimo; CPAP de Nível Duplo. A Philips Respironics iniciou uma ação de campo relacionada aos dispositivos descritos acima devido a dois problemas relacionados à espuma de redução de som de poliuretano (PE-PUR) à base de poliéster usada nos ventiladores contínuo e não contínuo da Philips: 1) a espuma PE-PUR pode degradar-se em partículas que podem entrar na via de ar do dispositivo e ser ingeridas ou inaladas pelo usuário; e 2) a espuma PE-PUR pode liberar certos produtos químicos.  (...) 

“O paciente pode ser exposto a partículas de espuma por inalação ou ingestão, o que pode resultar em danos à saúde. A ausência de partículas visíveis não significa que a degradação da espuma não tenha começado. A empresa realizou análise laboratorial da espuma deteriorada e identificou a presença de substâncias químicas potencialmente nocivas, incluindo a toluenodiamina; diisocianato de tolueno e dietilenoglicol. (...)

“A eliminação de compostos orgânicos voláteis (VOC) presentes na espuma pode ocorrer durante a operação inicial e pode continuar durante toda a vida útil do equipamento médico.  Os VOC emitidos podem provocar efeitos adversos à saúde a curto e longo prazo. Esses problemas podem resultar em lesões graves, causar comprometimento permanente ou exigir intervenção médica para evitar comprometimento permanente.” . 

Pois é, mandamos e-mail para Philips Brasil, chamamos o 0800 e sempre aquela resposta-enrolação: “Estamos providenciando....”. E o pior, minha grande preocupação: quantos ainda estão sem a menor ideia do que está se passando, nada na mídia, ou seja, vidas brasileiras parece que não importam?

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