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Direita e esquerda na política é o quê?

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Bnews - Divulgação Arquivo pessoal

Publicado em 20/09/2021, às 10h25   José Medrado


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Temos visto por este Brasil uma briga sem fim para saber quem está se posicionando nos espectros políticos, ou seja: quem é de esquerda, quem é de direita. Mas como tudo que acontece no Brasil é, em geral à moda da casa, o que estamos vendo é que a grande massa nem sabe o que é um e outro. E aí, nesse ponto, temos uma situação sui generis, onde ser de um espectro ou outro se tornou uma forma de agressão, ou pelo menos desqualificação, pois  os dois sistemas são sempre vistos pela ótica do adversário,  não tendo qualidade alguma.

Em verdade a origem, esquerda e direita,  se deu pelos grupos que se reuniram em uma assembleia para debater uma proposta republicana quando da Revolução Francesa. Enquanto as discussões aconteciam, cada grupo se posiciona, fisicamente, em lados opostos. Quem estava mais à direita, acabou decidindo lutar para manter a situação atual. 
E quem estava do lado esquerdo, acabou definindo ser favorável às mudanças. Foi dessa forma que, em 1789, durante a Assembleia Nacional convocada durante a Revolução Francesa, os termos direita e esquerda passaram a classificar posicionamentos políticos contrários, afirmam estudiosos da História política mundial. 

Na época, girondinos (mais conversadores) e jacobinos (mais revolucionários) tinham como objetivo principal escrever uma nova constituição. Nas discussões que se seguiam, como explica Aldo Fornazieri, professor da Escola de Sociologia e Política, os que eram favoráveis à monarquia se sentavam à direita e os que eram partidários da revolução ficaram à esquerda. Desde então, os termos foram adaptados a contextos diferentes em várias regiões do mundo, mas partindo desta reunião. 

Ainda na esteira do professor Fornazieri, no Brasil as questões se mistura (soi aqui) onde muitos de direita vivem o saudosismo de valores morais, como se eles pudessem ser regatados, tipo menino usa azul, menina rosa, como propôs uma ministra aí. Infelizmente esses valores são buscados no anacronismo da poeira do que já foi. Veremos pessoas e partidos que podem se definir como ambientalistas, ecologistas, liberais e socialistas, republicanos e autocratas, democratas e querendo censura. No Brasil tudo é assim, permita-me, caro leitor, confuso em sua nascença por falta de conhecimento específico do que se trata. Ainda se falam de comunista, como agressão. Um emblemático exemplo foi quando o presidente Bolsonaro foi à China, e lá disse que estava em um país capitalista, pois era importante para o fluxo comercial, e é mesmo, afinal e o maior parceiro do Brasil, mas é risível apontar a China como comunista, nos arroubos de discurso, mas engordá-la com o nosso consumo, e ainda bem. Brasil engraçado. Os estudiosos das relações humanas e dos governos já aventam que hoje em dia a ideia de um novo republicanismo está em alta, ao menos no campo teórico, a partir de uma revalorização do pensamento do florentino Nicolau Maquiavel e do republicanismo de Roma antiga, além de outras contribuições. Um mix, que na prática já existe, pois o novo republicanismo valoriza tanto a igualdade, quanto a liberdade, mas também a frugalidade, a simplicidade, a solidariedade, a participação democrática e comunitária e formas de uma democracia mais direta, exercida pelos cidadãos, mas como ainda nem sabemos o que é ser de direita e ou de esquerda....mas um quiproquó para não se entender, em geral.

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