Democracia falha

Em pesquisa divulgada na última sexta-feira (5), pelo Datafolha, a democracia é a melhor forma de governo para 69% dos eleitores brasileiros. Os que defendem a ditadura somaram 12%; outros 13% afirmaram que "tanto faz" e 5% não opinaram.  Sem dúvida é o maior apoio ao regime democrático que o instituto registrou desde a redemocratização do País em 1989. No entanto, mesmo com esta certeza, vimos que ainda fomos muito mal-educados na vivência democrática. O BNews divulgou que nós baianos, e publicou print de páginas de redes sociais, somos acusados, xingados de forma muito vil, em razão do candidato Jair Bolsonaro não ter sido eleito no primeiro turno. Ora, ora... se, de fato, estamos em uma democracia, onde o povo tem a sua vontade soberana, que prevaleça os seus desejos nos designíos dos seus processos eleitorais. Por que agredir?  Só existe democracia quando a sua vontade, ou do seu grupo é seguida. Muito lamentável e triste. No lugar de xingamentos, que cada lado busque, em seus argumentos, a forma de convencimento que o seu candidato é o melhor, e ganhe. Deve ser simples assim.

É por essa e outras tantas coisas que faz algum tempo, em uma espécie de avaliação de a quantas andam a democracia no Brasil, a revista The Economist colocou o Brasil na 49ª posição entre 167 países, com uma nota de 6.86 em uma escala de 0 a 10, o que faz do país uma “democracia falha”, ainda que em forte expansão de convencimento que é a melhor forma de governo, e com ela precisamos caminhar e impedir, para qualquer lado, os excessos dos que não aceitam o contraditório.  Passada já está da hora de ensinarmos, educarmos as nossas crianças e jovens e promoverem uma democracia plena, onde o respeito a escolha do outro seja a tônica de uma conquista lídima, pois é exatamente aí que se baseia o ideal democrático. 

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É fato que na nossa democracia, nem sempre o que tem mais votos ganha – no caso para o Legislativo, em função das tais coligações – algo difícil mesmo de se entender, mas para o Executivo ganha quem tem mais votos.  Assim, aprendamos, seja qual for a nossa posição, a trabalhar as nossas escolhas em processos de convencimento do outros, em uma democracia plena, respeitando sempre o outros com as suas escolhas.

* José Medrado é líder espírita, fundador da Cidade da Luz, palestrante espírita e mestre em Família pela UCSal.