Saúde

HIV AIDS*

Imagem HIV AIDS*
Bnews - Divulgação

Publicado em 16/11/2018, às 16h39   Padre Alfredo Dorea


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Camisinha é um direito seu, repetem as campanhas de prevenção de IST (infecções sexualmente transmissíveis) AIDS no Brasil, que é referência internacional na prevenção do HIV. Mas para ter acesso aos preservativos... quantas histórias:

No posto de saúde lá do meu bairro tem que fazer uma ficha e apresentar a identidade para retirar preservativos - e só liberam 3, cartelas com 5 unidades, por pessoa;
Na Unidade de Saúde onde trabalho, centenas de camisinhas perderam a validade. A responsável as mantinha em armário fechado até para nós da equipe interdisciplinar;
Feminino eu nunca vi. Lá no posto não tem e de gel lubrificante nem se fala. Maior pobreza!
Na escola não pode disponibilizar. As famílias não aceitariam.
E são os preservativos os insumos mais eficazes na prevenção de IST AIDS. Nas abordagens noturnas profissionais do sexo demandam por eles e lamentam que outras organizações não façam esta disponibilização regularmente nos horários e locais onde elas trabalham.

Num país onde a AIDS cresce mais que no resto do mundo, lamentavelmente os preservativos ainda são os grandes ausentes: nos aeroportos e rodoviárias, banheiros públicos, motéis, Night Club  e saunas, grandes eventos, estádios de futebol, escolas e universidades. 

Para que venha a ser efetivamente um “direito nosso” o acesso aos preservativos precisa ser universalizado, quebrando os grilhões das mentes fechadas e de um moralismo travestido de burocracia, com pitadas de fanatismo insano.

Esse “direito nosso” precisa chegar aos seus destinatários finais sem restrições de qualquer ordem moral, religiosa, burocrática ou fanática.

Que seja efetivamente nosso o direito ao uso dos preservativos - método fundamental na prevenção combinada nesta luta contra o HIV AIDS, celebrada em todo o mundo no dia primeiro de dezembro. 

*Padre Alfredo Dorea escreve quinzenalmente para o BNews, e é arcebispo da Igreja Anglicana Tradicional do Brasil. Graduado em filosofia e teologia. Mestre pela Universidade Gregoriana de Roma. Atua no diálogo interreligioso, combate às violências, discriminações e preconceitos, defesa dos direitos humanos e das pessoas mais vulneráveis e empobrecidas, sobretudo as que vivem com o HIV AIDS.

Classificação Indicativa: Livre

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