Justiça
Publicado em 20/04/2019, às 11h41 Padre Alfredo
Tenho certeza que vossas excelências, como nós, se apiedam de tantas crianças e adolescentes expostos a situações de violência e vulnerabilidade na nossa querida cidade. Imagino a vossa indignação ao ver uma criança na sinaleira, saber que adolescentes foram cooptado pelo crime organizado ou foram vitmas de homicídio. A grandeza dos vossos corações deve clamar por modos eficazes e efetivos para promover a proteção integral e evitar que toda e qualquer violação de direitos atinja crianças e adolescentes.
Com iguais sentimentos é que venho humildemente suplicar a vossas excelências que deem andamento aos projetos aprovados em outubro de 2018, que estão sobre vossas mesas, sempre assoberbadas de demandas, aguardando parecer.
Comigo, milhares de crianças e adolescentes empobrecidos, seus familiares, educadores e educadoras anseiam pelos recursos possibilitados por aqueles projetos, financiados pelo Fundo da Criança e Adolescente, alimentado este por doações de pessoas físicas e jurídicas e regularmente administrado pelo Conselho Municipal de Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes - CMDCA. São projetos sociais que beneficiarão milhares de crianças e adolescentes em vulnerabilidade.
Se a prioridade tão bem expressa no Estatuto da Criança e Adolescente - ECA não vos for suficiente, que chegue até vossas excelências o grito das famílias que tiveram seus filhos e filhas assassinados, a fome de crianças vitimizadas pela hipossuficiência econômica, o clamor dos meninos e meninas que, por ainda não falarem, sequer são ouvidos.
Inútil acenarmos aos prazos legais, para questão sanável com boa vontade e sensibilidade social. A justiça aqui, acreditamos, brotará do bom senso e alvidez dos nobres procuradores e procuradoras, em garantir a crianças e adolescentes vulneráveis, “todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade” (ECA art. 3º).
Qualquer judicialização somente seria inexoravelmente, considerada enquanto “ultima ratio”. Excelentíssimos senhores e senhoras procuradores e procuradoras da Prefeitura Municipal de Salvador, lamentavelmente há ainda no nosso país uma história e tradição daqueles que, num mau exercício da autoridade, usam canetas e papéis em benefício próprio, promovem a corrupção, matam, favorecem a desigualdade e a injustiça social. Igual dano causa quem lava as mãos ou se engessa no burocratismo. Certamente o profissionalismo, compromisso ético e grandiosidade dos vossos corações há de fazer diferente. Vossas canetas hão de escrever, o quanto antes, para milhares de crianças e adolescentes, a boa notícia da liberação dos projetos vencidos graças a esforços hercúleos de Instituições sérias, cumpridas todas as exigências e prazos legais, de modo lícito e transparente, em resposta a edital de maio de 2018.
Neste tempo Pascoal que possamos todos nós, junto com as crianças e adolescentes, cantarmos em uníssono o nosso Aleluia de ação de Graças. Deus abençoe vossas excelências, vossos filhos e filhas e todas as crianças e adolescentes que a solidariedade e a lei sabiamente põem sob a responsabilidade e cuidado de todas e todos nós.
Desde já agradeço e reafirmo minha confiança na vossa responsabilidade social.
Feliz Páscoa!
Respeitosamente
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