Política

Chegou a hora de outsiders na eleição de Salvador?

Imagem Chegou a hora de outsiders na eleição de Salvador?
O termo se refere aqueles não ligados a nenhum dos polos ou partidos do xadrez eleitoral  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 27/05/2019, às 15h14   Victor Pinto*


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Muito se fala dessa expressão: outsiders políticos. Mas o que seria? O outsider é uma palavra do inglês que significa “o indivíduo que não pertence a um grupo determinado” e no resvalo a política: aquele não ligado a nenhum dos polos ou partidos do xadrez eleitoral.

O termo foi bastante associado ao pleito de 2018. Muitos deputados estaduais e federais, governadores e até senadores que não possuíam tradição política, nunca foram candidatos a nada, se valeram do currículo e da experiência em outros setores e conseguiram preencher as urnas de votos suficientes que garantissem seus mandatos.

ACM, o original, conseguia articular uma ideia muito parecida com o outsider moderno: transformava quadros técnicos em políticos e pavimentava todos eles para a vida pública como foi o caso de Paulo Souto, César Borges, Rodolfo Tourinho e outros.

Essa modalidade é mais comum na linhagem da ideologia de Direita do que na Esquerda. Mas uma questão fala mais alto: será que conseguimos enxergar essa modalidade no pleito eleitoral para a prefeitura de Salvador para o próximo ano?

ACM Neto, prefeito da capital, tentou fazer o mesmo há quatro anos ao filiar alguns dos seus técnicos do secretariado em partidos políticos, dando-lhes a esperança de estarem do outro lado da urna eletrônica. Fato não concretizado em 2016.

Dos nomes postos à mesa para 2020, dos diversos lados, boa parte é político como o vice-prefeito Bruno Reis (DEM), o presidente da Câmara, vereador Geraldo Júnior (SD), dos deputados federais Bacelar (PODE), Pelegrino (PT), Alice Portugal (PCdoB), Sargento Isidório (Avante), Cacá Leão (PP) e tantos outros.

No campo dos que nunca se aventuraram, é o publicitário Nizan Guanaes. Sua proximidade com Salvador em órbita aos políticos conhecidos do Estado fez com seu nome surgisse na bolsa das apostas, bem discretamente.

Outro em crescimento substancial, mas não é visto nenhum tipo de sinalização concreta de que se efetivará candidato, é o comunicador Zé Eduardo, conhecido popularmente como Bocão. Líder de audiência com o Balanço Geral na RecordTV Itapoan, grande inserção no rádio soteropolitano, dono de um dos maiores sites de notícias do estado e com poder de persuasão e relações nos mais diversos segmentos da cidade, Zé ainda não definiu qual partido se filiará e se isso mesmo vai acontecer.

Entre os nomes fora da caixinha política, ele é o mais forte para movimentar a sucessão do Palácio Thomé de Souza.

Outro quadro que orbita é o de Guilherme Bellintani, presidente do Esporte Clube Bahia. Não é um outsider puro sangue, pois já fez parte da gestão do prefeito ACM Neto (DEM) e, mesmo de saída, estava muito bem avaliado. Porém, nunca se candidatou a cargo público eletivo e tudo tem a sua primeira vez. O cartola transita nos dois lados da esfera política e tem proximidade com o presidente da Câmara, vereador Geraldo Júnior.

Até o próximo ano, muita especulação será colocada em voga. Resta saber se realmente Salvador recepcionará um outsider como seu administrador, caso surja um nome para a corrida eleitoral. Ou se optará por alguém já enraizado na política local. O único problema dos outsiders, como um Trump no EUA, um Dória em SP, por exemplo, é a tentativa de negar a política. Contudo, o presidente Bolsonaro (PSL) está aí de prova, se não a fizer, não haverá sobrevivência.

* Victor Pinto é jornalista formado pela Ufba, especialista em gestão de empresas em radiodifusão e estudante de Direito da Ucsal. Atua na cobertura política em sites e rádios de Salvador. Twitter: @victordojornal

** Esse artigo é publicado simultaneamente no jornal Tribuna da Bahia

Classificação Indicativa: Livre

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