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É uma febre que vai baixar, diz Haddad sobre 'onda Bolsonaro'

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Ex-prefeito de São Paulo diz que parte da sociedade adoeceu  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 24/11/2017, às 11h41   Cíntia Kelly


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Ex-prefeito de São Paulo pelo PT, doutor em filosofia, Fernando Haddad foi especulado como um 'plano b' do PT na disputa pela presidência da República em 2018, ele chegou a dizer, no entanto, que seria deselegante com Lula pensar na possibilidade. Em conversa com o BNews, ele descartou a possibilidade.  “Eu acredito que hoje a candidatura de Lula está mais certa do que quando dei essa declaração”. Em Salvador para ministrara palestra Governança Metropolitana , na faculdade de Administração da UFBA, o petista foi moderado quando falou sobre a possível candidatura de Luciano Huck ao Planalto. “Não vejo problemas novos nomes serem lançados. (...) mas administrar essa crise exige muita experiência”. Quando a Jair Bolsonaro que vem crescendo nas pesquisas, Haddad foi mais incisivo. “É uma febre que baixar”.

BNews –  Em entrevista recente o senhor disse que não se colocaria candidato à presidência da República porque seria deselegante com Lula que é o candidato natural. Ainda mantém a mesma posição?
Fernando Haddad -  Eu acredito que hoje a candidatura de Lula está mais certa do que quando dei essa declaração. As coisas avançaram muito, os pareceres foram produzidos. O PT está muito convencido que vai conseguir registrara a candidatura dele, permitido que ele possa concorrer. O que seria absolutamente natural. Um presidente que exerceu mandato por oito anos, saiu consagrado, poder se colocar perante o eleitorado, submeter a biografia ao escrutínio da população.

BNews – O senhor acha que o PT falha por não criar novas lideranças ou consolidar lideranças que já existem como o senhor, Jaques Wagner [atual secretário de Desenvolvimento Econômico da Bahia]?
O PT tem muitos quadros para concorrer à presidência. E nós temos um quadro que já foi testado e aprovado. Acredito que o caminho natural seja esse e eu acho o melhor caminho para o país. Outro dia eu estava lendo uma declaração do próprio governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), desejando que o Lula participasse da eleição. Isso é importante até para a oposição.

BNews – O prefeito de São Paulo, João Dória, se coloco como candidato à presidência, mas teve uma queda vertiginosa nas pesquisas de intenção de voto, tanto que afogar fala em se candidatar ao governo paulista. A que se deve essa desidratação?
É sempre desagradável falar dos outros, mas acho que há muito problema de gestão da cidade. Gestão propriamente dita. Passa um mês, dois, três meses e chega uma hora  que a verdade se revela. Não tem como, por meios propagandista ou do marketing, disfarçar. Aí fica a verdade nua e crua da gestão da cidade. Mas acho que há espaço para retomar, se se concentrar na cidade. Uma pessoa que é eleita tem que gostar.

BNews - Você acha que [ele não gosta]
Você tem que gostar de ser prefeito para a coisa funcionar bem.

BNews – A nova agora é que a população quer um outsider. Como o senhor avalia a possível candidatura do apresentador Luciano Huck?
Eu não vejo problema de novos nomes serem lançados. Obviamente eu tenho um diagnóstico de que a crise brasileira exige experiência. Isso é outra questão. Administrar essa crise exige muita experiência.

BNews - Isso falta, óbvio, ao Luciano Huck.
É. Não é culpa dele, de a, b ou c. É o momento que exige experiência. Mas eu vejo com bons olhos os novos atores que queiram participar da politica. Não podemos inibir ninguém que queira participar da política. Mas podemos ter opinião diversa.

BNews – Como avalia o crescimento de Jair Bolsonaro, que é um contraponto a política defendida pelo PT?
Acho que uma parte da sociedade adoeceu .  A intenção de voto de Bolsonaro funciona como espécie de termômetro, quanto está a febre. Mas a febre vai baixar.

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