Entrevista

Novo coordenador da bancada baiana no Congresso, Nilo defende reavaliar adiamento das eleições municipais em 30 dias

Imagem Novo coordenador da bancada baiana no Congresso, Nilo defende reavaliar adiamento das eleições municipais em 30 dias
O parlamentar também diz que não faz sentido cogitar impeachment do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), neste momento, além de comentar sobre embate entre o chefe do executivo federal e o Parlamento  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 12/04/2020, às 07h00   Pedro Vilas Boas


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Na avaliação do novo coordenador da bancada baiana no Congresso Nacional, deputado federal Marcelo Nilo (PSB), a discussão sobre a possibilidade de adiamento das eleições municipais deste ano, por causa da pandemia do novo coronavírus, só deve ser retomada em, pelo menos, 30 dias.

Em entrevista ao BNews, o parlamentar, que assume a nova função no próximo mês de maio, também diz que não faz sentido cogitar impeachment do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), neste momento, além de comentar sobre embate entre o chefe do executivo federal e o Parlamento.

Confira abaixo os principais trechos da conversa:

BNews: Quais são as prioridades do momento para a bancada baiana no Congresso, levando em conta, inclusive, a pandemia do novo coronavírus?

Marcelo Nilo: Acho que a prioridade é atender aos reais interesses do povo da Bahia e do Nordeste. Existe uma política que só privilegia Sul e Sudeste, por serem mais ricos economicamente, maior número de deputados. Sempre defendi a tese que os estados nordestinos também pagam impostos. Precisamos muito do apoio do governo federal. 

BNews: Mas, e em relação a pautas específicas?

Nilo: Só vou pensar a partir de 1° de maio. As emendas do ano passado ainda vão ser distribuídas e reorganizadas pelo Daniel Almeida [deputado federal pelo PCdoB, antigo coordenador].

BNews: Há alguma intenção que o senhor tinha antes de assumir a função, que agora pode colocar em prática?

Nilo: Não, não tem isso, não. Todo mundo sabe que sou oposição a Bolsonaro, mas sou coordenador, vou tentar estar presente nas reuniões ministeriais, cumprindo minha função. Vou cobrar nossas emendas, participar da comissão de orçamento. Defender os interesses não só dos deputados, mas, da Bahia.

BNews: Há alguns pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro, alguns baseados em declarações sobre o coronavírus. Qual a opinião do senhor sobre a viabilidade desses pedidos?

Nilo: Acho que não existe clima pra impeachment. Ele ultrapassou todos os limites da imaginação, disse que a Economia é mais importante do que a vida. Mas, mesmo assim, acho que não existe clima pra impeachment. Só quando 90% do povo brasileiro quer. Nesse momento, o povo não tá preocupado com política, a preocupação é com o coronavírus. A gente tem que aceitar ele como presidente, afinal de contas, ele foi eleito.

BNews: Como senhor tem visto esses constantes embates de Bolsonaro com o Congresso?

Nilo: O presidente Bolsonaro, pra esconder seu despreparo político, técnico, ele sempre quer brigar com alguém. Ele tava querendo brigar com Mandetta [Ministro da Saúde], quando viu que 80% da população tava do lado dele, ele quer brigar agora com Rodrigo Maia, com o Congresso. Toda vez que se mostra incompetente em alguma coisa, ele quer brigar com alguém.

BNews: Acha que está no horizonte falar em adiamento das eleições municipais?

Nilo: Eu acho que tá muito cedo. Vamos ver aí, em 30 dias. Como a eleição é em outubro, vamos aguardar mais um pouco, tá muito cedo. Dá pra aguardar um pouco. Só o Congresso Nacional que pode adiar a eleição.

Deputado federal Marcelo Nilo (PSB), 65 anos

O deputado federal Marcelo Nilo (PSB) tem 65 anos. Desde 1979, atua em posições com relação política, quando foi chefe do Pôlo Regional da Embasa em Senhor do Bonfim, interior do estado. Antes de atuar com mandato eleito, ainda foi presidente da empresa de 1987-1989 e chefe de gabinete da prefeitura de Antas, 1985-1987.

Ele foi eleito pela primeira vez em 1991, para o cargo de deputado estadual pelo PSDB. Também assumiu interinamente o governo do estado em algumas situações. Também foi presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA).

Classificação Indicativa: Livre

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