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Presidente do PCdoB-BA diz que conselho político de Rui Costa não funciona: ‘Precisamos sentar para conversar’

Imagem Presidente do PCdoB-BA diz que conselho político de Rui Costa não funciona: ‘Precisamos sentar para conversar’
Bnews - Divulgação

Publicado em 09/10/2021, às 05h00   Victor Pinto e João Brandão


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O presidente estadual do PCdoB na Bahia, Davidson Magalhães, disse em entrevista ao BNews que o conselho político do governador Rui Costa (PT) "não está funcionando". "A eleição passada praticamente não teve disputa na Bahia. Agora é um cenário diferente. Então as forças vão ter que sentar. Não dá pra manter no estado que está aí", analisou.

Secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte do Estado, Davidson Magalhães disse também que "nós somos um estado hoje seguramente que mais investe em esporte", apesar das críticas de medalhistas olímpicos sobre a falta de incentivo do governo estadual ao esporte.

Suplente de senador, Davidson disse também que não vai concorrer a cargo eletivo no ano que vem, para manter a atenção voltada ao partido. "Temos uma tarefa muito grande de coordenar esse processo eleitoral aqui na Bahia, ajudar nesse projeto nacional do PCdoB, nesses 100 anos, e transformar o PCdoB, em um partido cada vez mais militante e orgânico, e esse é um esforço muito grande", pontuou.

Confira a entrevista completa:

BNews: Você está numa pasta que cuida do trabalho, da renda, do emprego, e a gente está passando por uma crise dada também por causa da pandemia, mas somada agora com uma crise econômica. Como você analisa esse cenário? Há uma luz no fim do túnel pra geração de emprego, para geração de renda no estado da Bahia, no Nordeste?

Davidson Magalhães: Olha, primeiro que a crise ela é anterior a pandemia, né? Em 2019!nós crescemos 1%, passamos a conviver com a política econômica que retirou os investimentos públicos, né? Retrair os investimentos públicos que é um grande impulsionador da atividade econômica e desenvolveu um conjunto de ações e de medidas na economia que terminaram por deprimir o mercado interno. Entre eles o fim do reajuste real do salário mínimo, a contenção não só dos investimentos públicos, mas das políticas sociais de distribuição de renda, entre elas a limitação do Bolsa Família e a não sua ampliação, programas como “Minha Casa, Minha Vida”, que geraram uma uma geração de emprego muito especialmente na região do Nordeste. Então, esses fatores levaram a economia brasileira a um um 1% de crescimento, ou seja, nós já havíamos um processo de estagnação econômica em 2016 e 2017. Entrando em 2019 assim, em 2020 vem a pandemia. Então, quer dizer, além da queda. E de lá pra cá estadual longe de se tomar medidas para recuperação da economia, se agravou as medidas que vão deprimindo ainda mais a atividade econômica. Quanto o mundo hoje tá fazendo grandes investimentos, com investimentos sociais, investimentos públicos para retomar a atividade econômica no pós-pandemia e para manter a atividade econômica, inclusive durante a pandemia por conta da paralisação,no Brasil não consegue se recuperar porque as medidas econômicas adaptadas vão no sentido inverso. Então nós estamos tendo desinvestimento nas grandes estatais brasileira. Petrobras deixou de fazer investimentos. E nós estamos vivendo praticamente só do crescimento do agronegócio. O agronegócio não gera emprego. Gera pouco imposto. Não é uma uma economia sustentável, o tamanho do Brasil, a complexidade econômica que o Brasil atingiu, você ter o agronegócio apenas como impulsionador da atividade econômica. Não existe isso. País desenvolvido nenhum no mundo. Nós estamos virando uma fazenda moderna. Então está um retrocesso invisível com pessimismo essa atividade econômica. Eu não vejo melhora no mercado de trabalho, tanto é que nós chegamos a 14 milhões de desempregados, você observa já nessa semana 3% de queda na atividade comercial. A atividade de consumo, porque as famílias tão deprimidas. A informação hoje é que as famílias aumentaram o endividamento em São Paulo, né? É o maior nível de endividamento nos últimos anos. Então, nós estamos vivendo uma crise, aumenta a fome, aumenta a miséria social e a saída do governo.. Qual é o programa? Qual é o projeto? Você não tem nenhum programa, nenhum projeto para que você pudesse definir, debater, dizer esse ponto está certo, esse ponto errado. Não existe. No munto está uma competição muito grande, onde as grandes potências econômicas do mundo hoje tão disputando o espaço disputa. economia. Aí o Brasil será que todo mundo está errado? O Brasil está certo. Então o resultado é isso. Eu não sou otimista em relação ao mercado de trabalho e a questão da crise econômica e social no Brasil. Para agravar, ainda estamos com a crise energética no Brasil, né? Uma dependência agora de compra de combustíveis que termina doralizando a economia, só que os grandes banqueiros do agronegócio ganham em dólar. A tendência da crise econômica é se agravar com um processo de inflação. A economia está estagnada, com inflação alta, porque não é uma inflação de demanda, não é inflação que as pessoas tão comprando muito, os preços tão subindo. é a inflação de custos e a inflação que está sendo proporcionada por alguns preços, inclusive são preços controlados pelo Governo e outros que estão derivados exatamente dessa dependência das importações. Então é uma equação. Que o governo longe de resolver ele agrava porque aumentou as taxas de juros, a taxa de juros nosso pode chegar até o final do ano e nove ou dois dígitos, que significa isso, mas depressão da atividade econômica. Para fazer um empréstimo, vai pagar mais juros e o setor empresarial vai preferir botar dinheiro lá no mercado financeiro que o retorno é líquido e certo, com taxa de juros, do que ficar aplicando, fazendo risco na atividade econômica. É o elementar da atividade econômica. A taxa de juros é muito mais alta do que a taxa de retorno, o cara faz investimento na taxa de juros e, portanto, no mercado financeiro.

BNews: O esporte também foi impactado nessa crise. Nesse meio tempo tiveram as Olimpíadas, e muito se criticou o governador Rui Costa nas redes sociais, pois tivemos baianos que foram medalhistas, a questão do boxe, por exemplo. As modalidades que houve um grito muito forte de falta de investimento. Então eu queria uma análise sua, primeiro a respeito da retomada do esporte no Estado como um fator econômico, um fator social. Já está na hora, já teve, já tem esse avanço? E segundo, como é que vocês estão lidando com esse fomento, principalmente as modalidades olímpicas?

Davidson Magalhães: Queria retomar a questão do trabalho aqui e dizer o seguinte: o pessimismo que eu tenho em relação à economia não não nos torna imóveis ou imobilizados. Nós estamos fazendo um conjunto de ações do estado, o Governo lançou um programa Estado Solidário só aqui na secretaria. Nós estamos fazendo um conjunto de ações, tá? Então fizemos o CONECTAR que foi um curso pra seis mil pessoas em 411 com bolsa de 240 reais. Agora eu vou lançar um programa de R$ 17 milhões. A qualificação profissional em todo o estado está fazendo o programa crescer, Aprender para Crescer que é nos 27 territórios de identidade e fortalecimento do empreendedorismo local. São 100 milhões de recursos para investimento. Crédito é a menor taxa de juros do mercado Bahia já estamos conveniados com mais de 220 municípios, vamos chegar aos 417, provavelmente até o final até o início do ano que vem, que é para drenar a economia com crédito. Estamos reinvestindo quase cinco milhões de reais na retomada do artesanato, com feiras de artesanato em todo o estado, qualificação, agora fizemos qualificação de 300 artesões e artesãs. Então, com todo esse pessimismo, nós estamos fazendo a nossa parte, né? Nós estamos com 15 centro de economia solidária na Bahia inteira, fazendo atividades com os microempreendedores de acompanhamento. Nós tínhamos 13, abrimos mais dois, agora fechando quase os 27 territórios, são mais de 40 mil famílias com empreendimentos sendo acompanhados no estado, isso só aqui na secretaria. Nós vamos lançar agora um programa Qualifica Bahia de 17 milhões de reais. Fizemos um convênio agora com a área de turismo, vamos retomar agora todo o processo de qualificação pra essa área de turismo para a retomada da atividade econômica. Claro que nós somos um estado subnacional, nós não temos ingerência na política econômica, mas tentamos minimizar esses efeitos aqui no estado da Bahia. 

Em relação ao esporte, essa área aí foi muito penalizada. Áreas de serviços e do esporte foram muitos penalizadas pela a incapacidade de realização das práticas esportivas. Nós mantivemos o Faz Atleta nesse período funcional para dar acompanhamento e financiar os atletas. Fizemos também o bolsa-atleta que foi para rua. Tem raríssimos atletas que foram medalhistas que não passaram por um programa social do Governo, de inclusão social. Nós somos um estado hoje seguramente que mais investe em esporte. Nos próximos 12 meses nós vamos investir só na minha área, só aqui na secretaria mais de 100 milhões de reais em equipamentos esportivos, sem falar no esporte por toda parte, nas copinhas, no apoio às federações, isso aqui tudo dá em torno de quase 200 milhões de reais em investimento, tanto em programas, quanto em equipamentos esportivos. Trouxemos aqui antes da pandemia os jogos universitários do Brasil foi o maior jogo da história. Vamos trazer agora o congresso olímpico do Brasil. Vai ser aqui na Bahia. Como forma também de retomar os espírito e o incentivo a esse espírito olímpico e, recentemente, o governador lançou aí um programa para as artes marciais, aquele Centro Panamericano de Judô, que foi construído com recursos federais, era numa outra época onde a gente tinha Ministério do Esporte e aquilo era para ser um Centro Panamericano, e ali tinha hospedaria, era toda estrutura para ser o centro do Brasil, inclusive com recursos públicos federais e pelas empresas tipo Caixa Econômica, Petrobras que bancavam esse sistema. Com a falência da política nacional de esporte, o fim do Ministério do Esporte, aliás, não tem mais recurso para investimento da área de esporte no Brasil.


Foto: Victor Pinto / BNews

BNews: Inclusive hoje o esporte está dentro do Ministério da Cidadania que tem um baiano, João Roma. Teve alguma conversa?

Davidson: Não tivemos nenhuma conversa, porque termina o esporte ficando subsumido lá dentro do ministério. O governador agora lançou um programa. É importante que vai a recuperação de R$ 3 milhões e meio de reforma ali no Centro Panamericano de Judô, e vai se transformar na Arena Bahia de lutas marciais, que é um grande centro. O Governo do Estado vai construir ali na região de Roma, ali na Cidade Baixa, um centro de treinamento de judô, de boxe, que vai ser feita a gestão por pela iniciativa daqueles que praticam boxe. Vamos fazer uma seleção, é claro, tudo que é público tem que ser feito a seleção, mas cujo os critérios sejam quem já faz! Tivemos aqui uma reunião com [Luiz] Dorea, com as academias que fazem isso aqui na Bahia, que tem a expertise pra isso, mas nós vamos fazer um grande centro de treinamento e o apoio a várias iniciações de de boxe e várias academias, as principais academias da Bahia vão receber apoio do Governo do Estado, equipamentos e materiais, com convênios para instrutores, para inclusão social através do boxe e a Secretaria de Educação junto conosco está lançando nas escolas o grande centro.

BNews: Agora sobre política. Queria saber de Davidson, que foi reconduzido agora pra presidência do PCdoB, como é que tem analisado a questão do fim das coligações e agora a possibilidade da federação. Eu percebi que o PCdoB comemorou muito a chegada das federações porque é uma questão de sobrevivência também de manutenção de partido. De fato há essa visão de que vai conseguir prosperar, vai conseguir a manutenção do partido dentro do cenário nacional?

Davidson: Olha, se fez uma legislação eleitoral muito restritiva com cláusula de barreira, impediram a coligação proporcional, mas mantiveram a coligação para senador, para governador. Então você tem uma lógica de coligação. Ah, mas é porque você se coliga dois partidos de esquerda e elege um cara de direita. Sim e acontece isso para senador, não acontece isso também para governador. Então, nós tínhamos uma legislação muito restritiva, o PCdoB, aliás, levantado pela primeira vez pelo ex-deputado Aroldo Lima essa questão das federações, que é o expediente que já existe em diversos países do mundo, que não é uma coligação oportunista como assim dizer, não é ocasionar. É uma aliança de partidos, você firma uma aliança institucional entre os partidos durante quatro anos com o programa, não se desfaz. Você tem uma eleição nacional e você tem uma eleição municipal em que essas federações vão ficar juntos, e podem e devem ficar juntos, porque são quatro anos de duração. Comemorando, pois não vai impedir que os partidos se juntem sem desaparecer, porque a imagine um partido como o nosso, um partido mais antigo, nós vamos fazer 100 anos. Participamos dos grandes acontecimentos, nascemos no período da semana da arte moderna da Revolta do Forte Copacabana, ou seja, o Brasil despertando para a modernidade, né? Um grande pensamento do modernismo, do Brasil para o brasileiro, né? E então, nós surgimos lá no final, no início do século passado. Presente em todos os grandes acontecimentos do século passado e desse século. Não tem um grande acontecimento que os comunistas não tejam colocados. Então a federação é uma coisa correta porque permite dar liberdade de organização, sem impedir que esse partido tenha uma vida institucional, sem dificultar a participação da vida institucional, é assim na Europa, é no Uruguai, você tem as federações partidárias, então nós comemoramos porque é uma conquista democrática. Claro que nos ajuda a superar a cláusula de barreira. Mas os partidos ideológicos não se alugam e nem se acaba por decreto também. 

BNews: A federação ela vem de cima para baixo. Laço nacional que deve ser mantida nos estados. PCdoB tem se orbitado por quais partidos para fechar uma federação?

Davidson: Olha, eu acho que nesse contexto nós teríamos a visão nossa que a federação nesse momento político do Brasil também tem um aspecto estratégico, né? Não só eleitoral. O que aconteceu? Nós não conseguimos construir um bloco político de esquerda progressista que disputasse certos programas na sociedade. A federação possibilita a formação de um bloco político para disputar.  […] O mundo todo está indo para um caminho e nós estamos indo para outro, então nós precisamos reposicionar o Brasil na rota do desenvolvimento, para isso você precisa ter um bloco político que faça isso. Como foi na década de 30, naquele debate sobre industrialização ou vocação agrícola. Então nós precisamos construir uma hegemonia política na sociedade. Eu acho que a federação pode ajudar isso. A articulação de políticas progressistas que tem o mesmo pensamento de uma pauta na superação do liberalismo e no aprofundamento da democracia no Brasil. Esse é a visão nossa. Tem vários partidos que tem que estão nesse campo de luta. Nós temos aí o PSB, temos o PT, temos o PSOL, temos Cidadania, temos Rede, Partido Verde, entre outros que podem. Os setores conservadores estão se unindo. Você veja agora a fusão do PSL com com o DEM. Os dois tavam definhando e se unificaram,

BNews: Atrapalha o nível de concepção da bancada federal no estado? Mantém esse patamar de duas cadeiras?

Davidson: Dependendo de como ficar o arranjo político, nós podemos avançar. Eu acho que nós podemos avançar. Nós elegemos na última três deputados, um que não assumiu por conta de problemas da Justiça Eleitoral. E cinco deputados estaduais, um saiu, né? Então, esse é o potencial do PCdoB que está bem colocado, não é um partido pequeno na Bahia, é um partido médio e que nós temos possibilidade nessa conjuntura política nova de crescer. Porque a conjuntura política passada também não nos beneficiaram, né? É uma conjuntura de ascensão da extrema direita no Brasil onde a esquerda estava na corda com aquelas denúncias fa Lava Jato, pelo esquema midiático nacional que terminou nos impondo o isolamento político. Nós trabalhamos numa situação adversa e mesmo assim saímos vitoriosos aqui na Bahia. Eu acho que agora a situação não é tão adversa assim como estava no passado, né? Várias cortinas já foram abertas e já se desmundou a quem é a extrema direita, quem é o Bolsonaro, quem são essas forças e eu acho que isso hoje pode nos ajudar bastante.

BNews: Vocês acreditam que há possibilidade de ingressar nessa chapa, seja na suplência do Senado ou em outras discussões. Concorda com a tese de Lidice de que os partidos da base que não participaram da majoritária deveriam discutir a presidência da Assembleia Legislativa?

Davidson: Olha, eu acho que deve vim um conjunto de espaços políticos para a mesa. Porque a eleição passada, nós tivemos uma eleição atípica, a eleição passada que praticamente não teve disputa na Bahia. Agora é um cenário diferente. Então as forças vão ter que sentar. Não dá pra manter o estado que tá aí. Ou seja, os grandes centros definem, define o espaço agora, define já o espaço prioritário depois, porque se você tem esse tipo de tratamento, você vai estabilizando uma situação que ninguém cresce, ninguém almeja crescer. Ah isso aí não é aliança política, se o partido participa de um processo político e cada partido quer crescer no ponto de vista, tem que ter perspectiva. Então eu acho que vai iniciar os debates. É claro que o debate da Bahia vai ser muito influenciado pelo contexto nacional e as forças não são daqueles que acham que só tem três forças aí não. Eu vou dizer isso porque o PCdoB foi uma das forças que compõe hoje e foi a única força com o PT que teve desde o início. As outras já foram se modificando, vieram – e é bom que ampliem e que se mantenha esse grupo unido, mas que a gente precisa discutir todos os espaços. Você pode dizer, ‘vocês tão satisfeito com o espaço que tem?’ Não, né? Nós precisamos discutir debate sobre chapa majoritária, tem que entrar os outros espaços que são importantes para acumulação de forças dos partidos. Não pode ser esse, digamos assim, o retrato estático de uma realidade. Essa foi a realidade da eleição passada. A eleição agora é outra realidade. São outras dificuldades e os parceiros todos têm que ser levado em consideração quando sentarem na mesa e negociarem os espaços. Essa é a visão do PCdoB.

BNews: ACM Neto tem discutido muito a nacionalização da eleição. Tenho perguntado a todas lideranças. Qual sua opinião?

Davidson: Primeiro isso não condiz nem com a história dele. Na primeira eleição, na eleição que eles perderam com o Paulo Souto, ele inclusive foi um dos que atacou Lula aqui na Bahia. Abriu um ataque a Lula. Talvez com isso ele esteja ressabiado por essa eleição, da primeira eleição perdida aqui para esse campo político. Por que os projetos são antagônicos e esses projetos têm repercussão nacional. Tem repercussão nacional, isso vai vim, não tem como não vim. Então, não tem como não nacionalizar, porque a Bahia não é um estado apartado. É o estado de porte, é o maior estado do Nordeste. Nosso projeto aqui foi construído a partir de um projeto nacional. Aliás, a primeira eleição foi exatamente conquistada com essa força do projeto nacional. Ele tem medo dessa identidade de projeto porque ele foi um dos que ajudou a eleição de Bolsonaro e agora quer se desvincular dessa dessa marca terrível que é o o governo Bolsonaro no nosso país. Então é claro que taticamente ele quer se desvincular, não tem terceira via por enquanto aparecendo. Na hora se aparecer ele vai mudar o discurso, porque agora ele não quer identidade nacional, na verdade ele não quer identidade agora com Bolsonaro.

BNews: Para encerrar, você tinha dito na resposta anterior que hoje a chapa vitoriosa foi retrato dos partidos que estão hoje. Eleição de 2022 requer novo chamamento para discussão. Ja houve diálogo?

Davidson: Não está funcionando. O conselho político não está funcionando. Eu quero dizer o seguinte. O PT lançou o nome de Wagner, temos muita identidade com o Wagner. Outros partidos estão lançando outros nomes né? O PSD lançou o nome do apresentou de Otto, o PP o nome do Leão. Nós não apresentamos nenhum nome, nós não temos candidato, nós queremos fazer uma construção dentro da unidade, do grupo político que nós estamos. Achamos que o campo hoje liderado pelo governador Rui Costa deve se manter unido e definir uma chapa que corresponda aos anseios para ganharmos a eleição e dar continuidade com avanços ao projeto. Levar em consideração não só essa correlação de força estática, mas também os interesses da Bahia e também os anseios e as necessidades que as forças política que compõe esse grupo tem. Então nós não temos uma definição ainda em relação a isso, estamos numa fase de construção que nós temos muita identidade com o ex-governador Jaques Wagner, e vamos ajudar na construção dessa unidade. Esse é o principal papel do PCdoB, ajudar na construção da unidade.

BNews: Davidson é candidato a deputado federal?

Davidson: Não. A minha recondução à presidência do partido, é o terceiro mandato que eu estou assumindo, é o centenário do PCdoB. Temos uma tarefa muito grande de coordenar esse processo eleitoral aqui na Bahia, ajudar nesse projeto nacional do PCdoB, nesses 100 anos, e transformar o PCdoB, em um partido cada vez mais militante e orgânico, e esse é um esforço muito grande, né? Nós precisamos reforçar os nossos laços com o povo e esse é um desafio grande em que eu vou me dedicar nesse próximo mandato como presidente do partido. Eu tenho 42 anos de PCdoB, né? Então a minha militância é uma militância política, ideológica e eu acho que a tarefa nesse momento histórico que o País e o mundo vivem requer também que algumas pessoas se dediquem mais na construção política dessa unidade ideológica do partido para enfrentar os próximos passos e o desafio da construção do socialismo no século 21.

Classificação Indicativa: Livre

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