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Na Sombra do Poder: A Era dos Vices

Publicado em 16/05/2019, às 07h04   Editoria de Política


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Era dos vices - nas nuvens


Bruno Reis (DEM) está nas nuvens. O prefeito ACM Neto (DEM) embarcou para Londres, nesta quarta-feira (15), e deixou oficialmente o comando da cidade sob os cuidados do vice-prefeito mais ansioso do Brasil. Até domingo (19), o moço vai se lambuzar com os plenos poderes do Palácio Thomé de Souza e ensaiar os passos que sonha repetir de 2020 em diante, caso seja realmente escolhido como candidato do grupo para tentar nas urnas a sucessão. Próxima segunda-feira (20), ACM Neto reassume os trabalhos e Bruno Reis deixa o trono.

A era dos vices - desenho

Geraldo Júnior (SD), presidente da Câmara de Vereadores de Salvador, também viajou nesta quarta-feira, mas não houve transferência de poderes ao vice Kiki Bispo (PTB). De qualquer sorte, o fiel escudeiro de Bruno Reis poderia dar as caras se houvesse alguma urgência de representatividade no Paço Municipal. Kiki na presidência da Casa Legislativa e Bruno Reis prefeito é um cenário que ambos desenham para 2021. A conferir.

A era dos vices - tomando gosto
Os vices também estão a plenos pulmões pelas bandas do Governo do Estado. Rui Costa (PT) viajou para missão internacional por 15 dias e passou o bastão para o vice-governador João Leão (PP), que também viajou e abriu espaço para que o seu correligionário e presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Nelson Leal (PP), ocupasse a Governadoria por alguns dias. Os pepistas estão tomando gosto pela coisa.

A era dos vices - no embalo

No embalo da ascensão de Leal, Alex Lima (PSB), vice-presidente da AL-BA, assumiu o protagonismo no Legislativo estadual. Em suma, foi a semana dos vices.

Para registro
O Esporte Clube Vitória comemorou aniversário de 120 anos na segunda-feira (13).

Tratamento

"Me trate bem, mudei meu título para Salvador, viu?". Bruno Reis recebeu na caixa dos peitos esse alerta de um empresário que orbita entre os caciques da prefeitura de Salvador, durante a inauguração do Coworking Público, no Parque da Cidade. Sem delongas, o sujeito já colocou na mesa que a moeda de jogo é o bom tratamento.

Book de fotos

Sabe quando você vai a um lugar legal, a luz é boa e você está bem vestido? É hora de atualizar o book de fotos nas redes sociais. Foi isso que fez Nelson Leal como governador em exercício da Bahia. Na segunda e na terça-feira, passou de 20 a média de publicações no Instagram com registros dos aliados e lideranças do interior que recebeu na Governadoria.

Entra e sai

É deputado para lá, prefeito para cá, todos querendo sentir o gostinho de adentrar a sala do líder maior [Nelson Leal, no caso], coisa que, segundo eles, já não era uma tarefa fácil de concretizar. Além de toda a bancada de oposição, coisa inimaginável de acontecer com a presença de Rui, Leal já recebeu 30 deputados estaduais, a visita dos deputados federais Cacá Leão, Cláudio Cajado, Sargento Isidório, Alex Santana, João Bacelar e Mário Negromonte Junior; do diretor-presidente da Urbis, Emerson Leal; do ex-senador Roberto Muniz; do secretário-geral do PP, Jabes Ribeiro; e dos prefeitos de Barra do Choça, Adiodato Araújo; de Euclides da Cunha, Luciano Pinheiro; de Ipupiara, Acir Leite; de Queimadas, André Luiz Andrade; de Licínio de Almeida, Dr. Fred; de Tremedal, Márcio Ferraz; de São Gonçalo dos Campos, Carlos Germano; de Boninal, Aurélio Fagundes de Souza; e de Chorrochó, Humberto Gomes Ramos. Isso por enquanto, pois ainda tem gente na lista.

O golpe do golpe
Porém, um alerta: dizem as más línguas que seria o golpe do golpe no Palácio de Ondina. O clima foi só riso de canto de boca sobre a possibilidade de o PP, partido do vice, se vingar de tantas insatisfações com o governador, já relatadas aqui, e dar o golpe.

Reunião dos interinos

Ainda sobre as reuniões na Governadoria e a farra dos interinos, na quarta houve uma reunião entre o prefeito interino Bruno Reis e o governador em exercício Nelson Leal. O assunto principal foram as eleições. Um detalhe: o PP não tem interesse em apoiar um candidato do PT nas eleições municipais, assim dizem fontes aliadas. Bruno Reis foi peça importante na articulação para Leal se tornar presidente da AL-BA. A conta chega. A conferir.

Duas medidas

Uma pergunta que não quer calar: por que deputados federais da base do governador Rui Costa fazem tanto barulho nos protestos nacionais contra os cortes na Educação, mas estão emudecidos aqui na Bahia diante da greve dos professores das universidades estaduais? Dois pesos e duas medidas?

Resguardadas as proporções, Rui foi tão arbitrário quanto Bolsonaro. Alegou limites com a Lei de Responsabilidade Fiscal e afirmou que a paralisação era orquestrada para promover uma ou outra liderança sindical. O golpe mais recente foi derrubar na Justiça a liminar que garantia o salário dos docentes há mais de um mês em greve. Tal como Bolsonaro, em Dallas, Rui assiste da China aos reclames da categoria.

Panela de pressão
Há algum tempo, a coluna Na Sombra do Poder avisa sobre a farra das fornecedoras de alimentação aos hospitais e presídios estaduais, que praticam valores superfaturados e vencem licitações meio nebulosas. Por meio de um influente secretário de governo, a coluna ficou sabendo que a Saeb, a Sefaz, a Seap e a Sesab, em uma operação conjunta comandada pelo governador Rui Costa, irá fechar a torneira dessa turma em todos sentidos. Uma mega auditoria estaria sendo montada para conter os milhões pagos a essa turma. Com a palavra o Ministério Público do Estado.

Manifestante Nutella

O deputado estadual Robinson Almeida (PT) não pareceu querer fazer a linha "manifestante raiz" durante o ato contra os cortes de verbas para universidades brasileiras, na última quarta-feira (15), em Salvador. Diante da chuva, enquanto outros políticos faziam questão de estar no meio da mobilização, pegar o microfone e inflamar a militância, o parlamentar baiano preferiu sair correndo e se antecipar à passeata para não se molhar. Uma estudante, ao ver o parlamentar se escondendo numa agência bancária na Rua Chile, chamou:  - Vem para luta, deputado. Todo mundo está lutando aqui na chuva!
Robinson Almeida fingiu que não viu.

Câmara de Vereadores da Bahia
A disputa eleitoral em Simões Filho já começou. Na terça-feira (15), os deputados estaduais Katia Oliveira (MDB) e Eduardo Alencar (PSD) protagonizaram cenas dignas de Câmara de Vereadores. Os dois trocaram farpas e bateram boca na tribuna da Casa sobre acusações envolvendo o atual prefeito da cidade, que é também marido da parlamentar. Katia, que tem uma atuação apagada no parlamento, desceu do salto e bradou aos quatro ventos contra o irmão do senador. O motivo: milhões e milhões de reais gastos em limpeza de canais da cidade.

Lá vem
Logo depois do fight entre Alencar e Kátia, o deputado Jacó (PT) subiu à tribuna para defender a prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho (PT). A sorte do petista foi que Mirela, que quer ser prefeita também, não estava no plenário, senão a Casa registraria em seus anais dois barracos em apenas um dia.

Perguntar não ofende
O que o presidente da Câmara, Geraldo Júnior (SD) estava fazendo no meio do tumulto na Comissão de Educação, na Câmara dos Deputados? Fontes desta coluna dão conta que ele foi turistar na capital federal. Por aqui, já deixou claro que é contra os cortes na educação. Será que foi apenas acompanhar a “balbúrdia” do Congresso?

Relembrar não ofende
“O Bolsonaro da Bahia é o governador Rui Costa”, disse Kiki Bispo em discurso no plenário da Câmara de Vereadores, ao criticar o chefe do Executivo estadual. Esta coluna lembra que o edil e toda a base de Neto seguiram o passo do prefeito e declararam, no segundo turno, voto e apoio ao presidente da República. Está comendo muito queijo, vereador.

Forças ocultas continuam

Causou estranheza entre vereadores e servidores da Câmara Municipal de Salvador a aprovação de sete projetos que não estavam previstos na Ordem do Dia da votação realizada no último dia 8 de maio. Uma das propostas que passou por unanimidade foi a da legalização do ensino domiciliar em Salvador, do vereador Alexandre Aleluia (DEM). A iniciativa é fortemente criticada pela oposição e não havia nenhum acordo entre os líderes para que entrasse na pauta. "Parece que as forças ocultas continuam agindo na Câmara Municipal", comentou um vereador em condição de anonimato, fazendo alusão à famosa frase do presidente Geraldo Júnior (SD).

Bronca do pai

Em uma sessão de votação de projetos de autoria de vereadores, Marcelle Moraes (sem partido), após bater boca com o líder da oposição na Câmara de Salvador, Sidninho (Podemos), por ter uma das suas matérias vetada no Colégio de Líderes, correu para a Mesa Diretora da Casa tentando empurrar goela abaixo a sua vontade. Cochichava no ouvido do presidente Geraldo Júnior, depois corria para outros vereadores, atrapalhando o andamento dos trabalhos. O fato obrigou o presidente a dar uma bronca de pai na vereadora. Geraldo Júnior bradou com Marcelle, pedindo respeito ao colega Edvaldo Brito que estava em discurso. A edil sentou-se e calou-se. 

Guerra no Cabula VI
A campanha eleitoral de 2020 já começou no bairro do Cabula VI. O vereador Palhinha (DEM) tem ganhado cada vez mais espaço e confiança entre os líderes comunitários do bairro. E isso está desagradando outra liderança histórica da região: o ex-vereador Pedrinho Pepê, derrotado na eleição de 2016, que sempre teve grandes votações no território. A ciumeira está rolando solta na região.

Mais baixas e mais queixas
A novela em torno da insatisfação por cargos no PP está longe de acabar. Após a saída de Wilson Brito Filho da Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (Sihs), que gerou grande polêmica no seio do PP, a pasta teve nova baixa na quarta-feira (15). De acordo com o Diário Oficial da Bahia, saiu Élio Campos Muniz, coordenador de Segurança de Barragens, e entrou em seu lugar José Ribamar Feitosa Filho, filho de uma ex-deputada já falecida da cidade de Santa Inês. Ninguém sabe de quem ele é indicado, mas o que se sabe é que tudo seria fruto de uma guerra instalada entre a família Leão e a Negromonte.  

Pressão

Há quem diga ainda que as bancadas de deputados estaduais e federais do partido também teriam se voltado contra a condução de João Leão à frente da sigla. E o pressionariam para resolver de forma definitiva, com o cumprimento dos acordos em torno dos espaços no segundo e terceiro escalões de Rui ou pediriam sua cabeça na presidência do partido.

Caça às bruxas
E as queixas não param por aí. Na Sihs, um grupo estaria se voltando contra o novo secretário Leonardo Góes, que estaria exonerando técnicos ligados a deputados federais e estaduais sem consentimento de ninguém, e até mesmo os motoristas. O cenário seria de caça às bruxas.

Elegância da cabeça aos pés

Em um evento recente, não passou despercebida a elegância do senador Jaques Wagner (PT), que ia da cabeça aos pés. O seu sapato, por exemplo, destoava de todos os pretinhos básicos dos integrantes da mesa. Na plateia, em conversa de pé de ouvido, ouviam-se apostas de qual seria a marca e se era importado ou comprado aqui no Brasil, mas isso só ele para responder.  

Partidarização 
O ato contra os cortes orçamentários realizado na quarta-feira (15) em Salvador foi também palco para militantes pedirem a liberdade do ex-presidente Lula. Não faltaram faixas e cartazes do tipo. Toda manifestação é legítima, mas algumas “causas” acabam por partidarizar e manchar a importância de um tema como esse.

“Não chamem para a mesma mesa” - parte 59
A série “Não chamem para a mesma mesa” perpassa a barreira soteropolitana e chega à Feira de Santana, princesa do Sertão. Seria um almoço ou jantar muito indigesto entre o ex-prefeito Zé Ronaldo (DEM) e o prefeito atual Colbert Martins (MDB). As informações que chegam versam que o pau quebrou entre eles. Não andam nem se cumprimentando ultimamente. Zé Ronaldo já conhece essa história. 

Feijão passado


O prefeito da “Cidade do feijão” resolveu fazer uma brincadeira em uma rádio local, chamando todos os “cornos e cornas” para curtirem o São João do município. O assunto viralizou na região e pegou muito mal para o gestor, que tem cravado uma guerra com a oposição. Menos brincadeira e mais trabalho, prefeito!

Classificação Indicativa: Livre

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