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MPF quer garantir preservação do Parque Marinho de Coroa Alta em Santa Cruz Cabrália

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A recomendação aponta danos ambientais causados por atividades turísticas no local; o prefeito do município tem 10 dias para se manifestar  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 22/03/2019, às 07h05   Redação BNews


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O Ministério Público Federal (MPF), em Eunápolis, no sul da Bahia, emitiu recomendação ao Município de Santa Cruz Cabrália, na mesma região, para que adote medidas a fim de garantir a preservação do Parque Marinho de Coroa Alta. Segundo o MPF, o recife vem sofrendo danos ambientais por conta de constantes atividades turísticas ao longo de duas décadas. O prefeito tem o prazo de 10 dias para se manifestar a respeito do acatamento ou não da recomendação.

De acordo com o documento, assinado pelo procurador da República Fernando Zelada em 12 de março, “apesar do intenso fluxo de pessoas no local, o poder público não adotou as cautelas mínimas para proteger o meio ambiente, de modo que ocorreram danos aos corais e ao meio ambiente marinho”. A recomendação é fruto do Inquérito Civil nº 1.14.001.000014/2005-95, instaurado para apurar, justamente, os possíveis danos ambientais decorrentes do excesso de visitação turística ao recife marinho.

O procurador destaca, ainda, a vistoria realizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em 2010, na qual apontou-se que o número excessivo de pessoas, além de aumentar os impactos negativos, dificulta a fiscalização por parte da Prefeitura. O quantitativo, segundo os mestres de embarcação, varia entre 500 e 800 pessoas por dia. Os fiscais do Ibama ressaltaram também que não existe delimitação das áreas de visitação e acesso restrito – os visitantes acabam passando por cima das formações coralinas, danificando-as.

De mesmo modo, o Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), após inspeção feita em 2015, também concluiu que o pisoteio dos turistas durante o passeio ao parque prejudica os corais. Portanto, segundo o instituto, há a necessidade de ordenamento e educação ambiental a respeito da importância do local.

Dentre as medidas indicadas pelo MPF a fim de garantir a preservação do espaço, estão:

Elaboração de plano de manejo e zoneamento da área;

Nomeação e criação de um conselho gestor;

Limitação das visitas turísticas diárias a 300 pessoas, independente da temporada;

Determinação às empresas que propiciam os passeios turísticos que mantenham o volume dos alto-falantes das embarcações em, no máximo, 50 decibéis;

Capacitação dos fiscais e guias turísticos;

Instalação de poitas fixas no local de desembarque;

Criação de um fundo, vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, para arrecadação das taxas de visitação – as quais deverão ser destinadas à manutenção do próprio local.

O MPF solicitou também que o prefeito divulgue a recomendação em um veículo de comunicação de grande circulação local. Agora, o órgão aguardará o envio, pelo Município de Santa Cruz Cabrália, da resposta sobre o acatamento ou não da recomendação. A partir disso, o MPF analisará as providências adotadas e poderá seguir acompanhando a situação ou, se for o caso, mover ações requerendo judicialmente a adoção das medidas, a regularização dos problemas apontados e a responsabilização de pessoas por descumprimento da legislação aplicável. Caso acate a recomendação, o prefeito tem o prazo de 60 dias para que comece a adotar as medidas.

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