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Conheça o HomeoPatas: Perfil que reúne13 animais resgatados faz sucesso na internet

Instagram / @homeo_patas
Entre cães e gatos, perfil começou só como uma brincadeira para mostrar o dia a dia dos pets, mas se tornou uma ferramenta para divulgar casos de bichinhos perdidos e também alguns pedidos de ajuda  |   Bnews - Divulgação Instagram / @homeo_patas

Publicado em 16/06/2021, às 10h15   Laiz Menezes


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Um perfil que reúne13 animais resgatados faz sucesso na internet com a iniciativa de oferecer “altas doses de amor e cura” para seus seguidores. Entre cães e gatos, o perfil começou como uma brincadeira de Kati Morais, de 41 anos, moradora do bairro de Cajazeiras, em Salvador, e de sua família para mostrar o dia a dia dos seus pets, mas se tornou uma ferramenta para divulgar casos de bichinhos perdidos e também alguns pedidos de ajuda. 

Para entender o nome do perfil, HomeoPatas, que reúne os pets de toda a família de Kati, é necessário entender primeiro que medicamentos homeopáticos são substâncias que oferecem doses pequenas de um princípio ativo, que ingeridas com certa constância, restabelecem o equilíbrio orgânico. O Instagram dos 13 animais faz referência ao tratamento como um trocadilho.

“Esse nome foi dado por perceber que o contato e convívio com eles foram gotas e doses de amor que preencheram espaços na nossa vida de maneiras diversas. Faz muito sentido pra mim que se chamem assim”, explica Kati ao BNews. 

Resgatar animais de rua para que eles sejam amados e incluídos em uma família é um trabalho antigo de Kati, que trabalha com marketing digital e é mãe de adolescentes e de pets. “Sempre tive uma ligação com cachorros desde a infância e como toda criança, eu queria levar para casa. Depois de uma perda na adolescência, só voltei a ter doguinho depois dos filhos crescidos para que eles também tivessem atenção a essa demanda”, explicou. 

Conheça os cachorros resgatados  
Kati conta que sua história com resgates e adoção começou mesmo em 2012, quando uma prima dela, que era residente em medicina veterinária, comentou de uma situação de negligência na clínica/pet shop que ela trabalhava. “Os animais estavam em um estado lastimável por anos de abuso. As matrizes de raça que eles tinham eram descartadas quando apresentavam alguma doença”, afirmou. 

“Minha prima ''raptou” uma delas [das cachorras usadas somente para reprodução], que estava mais vulnerável, e levou para minha irmã. Nós recebemos ameaças do tal veterinário famoso daqui de Salvador, chefe do local que ela trabalhava, por conta do sumiço da yorkshire 'rentável', mas não passou disso e Musa [nome dado a cadelinha] está conosco até hoje enfrentando vários problemas de saúde decorrentes dos anos de barriga de aluguel”, desabafou a mãe de pets. 

A segunda cadelinha resgatada foi Dora, que era recém nascida quando foi acolhida pela administradora do HomeoPatas. Kati explica que a cachorra foi passar uma temporada na sua casa e depois ela foi adotada por outra família. “Depois que foi feita a adoção, eu me arrependi amargamente, pois mesmo sugerindo tê-la de volta, não houve acordo e o pior aconteceu [Dora faleceu], por puro descaso dos tutores”. 

A moradora de Cajazeiras declarou que após a morte de Dora, os critérios para adoção ficaram mais rígidos. Mas, segundo Kati, os resgates pararam um pouco por causa da pandemia e os 13 pets que fazem parte do Instagram não estão disponíveis para adoção, pois já fazem parte da família. “Também não estamos mais resgatando sem doador a vista”, afirmou. 

Um caso curioso, de acordo com a soteropolitana, foi o de Chororô, um cachorrinho sem raça definida que estava nas ruas próximas a casa de sua mãe. Kati lembra que parou na calçada para dar água e um pouco de ração para o animal, mas, na ida para casa, ele a seguiu lado a lado, mesmo sem guia. “Ele estava calminho, bem manso. Era como se ele soubesse que eu iria ficar com ele. Eu estava sem renda fixa e nenhuma condição para investigar e tratar os problemas de saúde que nitidamente ele apresentava”, disse à entrevista. 

Chororô foi adotado por Kati mesmo diante das dificuldades. O nome dele foi escolhido graças ao bom humor do cachorro. Segundo ela, ele não reclamava de nada, mesmo com magreza extrema, feridas no corpo e dificuldades de se locomover. “Ele tinha o olhar mais doce do mundo. Foram uns nove meses de idas e vindas ao hospital veterinário da UFBA, mas infelizmente ele não resistiu a leishmaniose”, relembra.  

Além de Chororô, a mulher presenciou outro caso em que o pet decide te adotar. Uma cachorrinha vira-lata, chamada Orelha, foi encontrada no estacionamento de um supermercado, foi alimentada pela sobrinha de Kati e levada para sua casa depois dela ter entrado no carro da menina. “Não tivemos outra alternativa senão amá-la para sempre”, brincou. 

Kati, que é completamente contra a venda de animais, conta que tem um cachorrinho no HomeoPatas chamado de Zeus e ela considera sua história "engraçada", pois sua sobrinha ganhou ele de presente como um filhote de shih tzu, mas o pet é, na verdade, uma mistura de poodle. “O único menino da família é esse doguinho e ele é criado com minha avó a leite de pêra: super mimado”.  

A última cadelinha da família é Millie, uma Yorkshire que foi adotada depois de ser usada como matriz para gerar outros filhotes para venda. Segundo Kati, a cachorrinha foi muito maltratada e estava com problema bucal. “Ela fez tratamento recente contra filariose, doença que causava problema no coração, e depende de uma estabilidade na saúde para que seja realizada uma intervenção de hérnia inguinal e castração para evitar os problemas enfrentados com a nossa idosinha Musa”, disse a baiana ao BNews.  

Conheça os gatinhos resgatados 
A primeira felina da família é Ahri, que foi adotada depois de ser encontrada no condomínio da irmã de Kati, que, por acaso, sempre odiou gatos. A gatinha apareceu grávida repetidas vezes no local e foi acolhida junto com seus filhotinhos. “A intenção era cuidar dela até o desmame e conseguir adoção responsável para todos eles, mas por conta de um problema de saúde de um deles, minha irmã decidiu ficar com todos. Infelizmente, no ano passado, nós perdemos o Elvis Presley por causa de uma cirurgia mal realizada. Este ano, o meu sobrinho resgatou outro felino bem parecido com ele, uma fêmea, e acabou ficando com ela depois de ter se apegado”. Kati explica que essa família é composta atualmente por Ahri, John Lennon, Freddie Mercury e Nina Simone.  

A outra família de gatos são os cariocas Orelhuda, Sofia e Tigrinho, resgatados quando o irmão e a cunhada de Kati moravam no Rio de Janeiro. Ainda lá, eles perderam uma gatinha, Mendiga, por causa de um diagnóstico tardio de piometra. “Depois disso, todos vieram pra Bahia de mala e cuia e caixas de transporte”, conta Kati. 

Dentro do Homeopatas, todos possuem nomes bem criativos e inusitados, como já é de se notar, mas a próxima história é de Caramelo, um gatinho com nome de comida, algo considerado comum no Brasil.  O felino foi acolhido pela família de Kati após ter sido atropelado. Ele se recuperou bem, segundo a moradora de Cajazeiras, mas se acidentou caindo do 3º andar de um prédio alguns anos depois: “o danado já gastou duas das sete vidas que possuí”, brincou. 

E a última história é de Branca de Neve, nome inusitado para uma gatinha que foi resgatada em Brotas. Segundo Kati, a princesa de quatro patas sofria, infelizmente, com maus tratos de moradores do bairro, mas foi acolhida e castrada. 

Kati conta que cada um deles apresenta manias engraçadas e interessantes, além dos acontecimentos marcantes, como o cachorrinho Zeus, que invadiu o apartamento do vizinho. Já Branca de Neve, segundo ela, é obcecada pela própria cauda. Nina Simone se pendura e abre a porta do banheiro sem deixar ninguém ter privacidade. Sem contar Orelha, que uiva toda vez que escuta um carro de som da rua em “uma sinfonia digna de dramalhão mexicano”.

A família de Kati é dividida da seguinte forma: Millie e Orelha moram com ela. Zeus, Caramelo e Branca de Neve vivem com sua sobrinha. Musa foi adotada por sua irmã. Ahri, Jonh, Freddie e Nina foram acolhidos por outra irmã. E, por fim, Tigrinho, Sofia e Orelhuda moram com seu irmão.

Classificação Indicativa: Livre

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