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Jaques Wagner assume que gostaria de ter MDB na base petista para disputa de 2022

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Em entrevista ao jornal Tribuna da Bahia, senador - e provável candidato ao governo do Estado no ano que vem - avaliou que se for para ficar selecionado apoio entre aqueles que votaram e não votaram contra o impedimento, sobraria "pouco" da segunda categoria. "O impeachment ganhou", disse  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 18/10/2021, às 07h56   Redação BNews


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O senador Jaques Wagner (PT) conta que os MDB e PT baianos mantêm diálogo desde a eleição de 2018, e assumiu que tem sim interesse de que a legenda - que hoje integra o grupo de oposição - se junte à base petista para 2022.

"Ninguém ganha na eleição criando adversário, inimigo, eu acho que ganha na política trazendo aliados, sem perder a sua coluna vertebral", opinou em entrevista ao jornal Tribuna da Bahia desta segunda-feira (18).

Durante encontro do diretório do PT, no último sábado (15), o ex-governador baiano, e provável postulante do PT a um novo mandato para comandar o governo estadual, disse que via com naturalidade as movimentações políticas e os indícios de aproximação com o MDB - que reflete, inclusive uma tendência nacional. 

Questionado sobre se o apoio do MDB ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, ficou no passado, Wagner adotou uma postura pragmática. O senador  avaliou que se for para ficar selecionado apoio entre aqueles que votaram e não votaram pelo impedimento, sobraria "pouco" da segunda categoria.

 "[...] O impeachment ganhou, significa que ampla maioria votou [a favor]. Óbvio que tenho críticas ao MDB pela postura que teve, como teve crítica ao PSDB, ao DEM, porque todos trabalharam. A crise da democracia que nós estamos vivendo começou lá, e hoje ninguém bate no peito para fazer mea-culpa", acrescentou.

Em seguida, Wagner reforçou que o processo que instituiu Dilma foi "uma farsa", "um impeachment sem causa, sem crime, sem nada". Durante a entrevista, o petista também aproveitou para alfinetar o ex-prefeito de Salvador, e presidente nacional do DEM, ACM Neto, que deve ser seu adversário no sufrágio do ano que vem.

A crítica ao democrata foi feita enquanto Wagner explicava o motivo pelo qual PT e MDB seguiram conversando ao longo dos anos - “mesmo que não para se juntar”.

"Foi uma conversa para respeitar vários prefeitos, que queriam nos acompanhar, mas tinham compromisso com deputado federal do MDB. E eu, no meu estilo, e também o governador, não vou perseguir ninguém e ter prazer em esmagar as pessoas. Eu não trabalho assim”, explicou.

“Trabalho na construção de hegemonia, e não na destruição de adversários. Essa linha da destruição é a do outro lado, dos 16 anos antes da gente. [No grupo de ACM Neto é assim]: 'para meus amigos, tudo, para os adversários, nem a lei'", continuou.

Wagner também opinou que a candidatura de Neto representa "o passado", e avaliou que foi o grupo petista quem modernizou o Estado. Já em clima de eleição, a troca de farpas entre o democrata e petista tem sido recorrentes

Mais recentemente, o ex-prefeito avaliou que parte da culpa pela atual situação da segurança pública no Estado é de Wagner, que governou a Bahia entre 2007 e 2015.

"Qual o partido que cresce ao lado dele [ACM Neto]? Nenhum. No nosso grupo, todo mundo cresce. Por isso o grupo se mantém. Então, não tivemos nenhuma postura de esmagar quem já estava bastante debilitado, que era o MDB, em 2018. Isso, portanto, criou relação que nós tivemos. Agora, a gente conversa, mas não tem nada decidido. Eles estão na base do atual prefeito, ou seja, do grupo de lá", concluiu.

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