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Fabrício Queiroz é investigado por supostas “rachadinhas” no gabinete de Carlos Bolsonaro

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Segundo reportagem da CNN, há um “padrão” na estruturação do suposto esquema de arrecadação de parte dos salários dos funcionários nomeados   |   Bnews - Divulgação Divulgação/CMRJ

Publicado em 24/09/2021, às 21h42   Redação BNews


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Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), está sendo investigado pelo Ministério Público do rio de Janeiro (MP-RJ) como operador financeiro em mais um esquema de “rachadinhas” – desta vez, no gabinete do irmão dele, o vereador Carlos Bolsonaro.

Segundo reportagem da CNN, há um “padrão” na estruturação do suposto esquema de arrecadação de parte dos salários dos funcionários nomeados pelos dois parlamentares.

Entre as semelhanças estão a opção pela nomeação de várias pessoas de uma mesma família para exercer cargos comissionados em gabinetes, o uso de dinheiro vivo por aqueles apontados como operadores financeiros e transações imobiliárias frequentes e suspeitas.

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Ainda de acordo com a CNN, a Justiça do Rio, dessa vez, não autorizou quebrar os sigilos bancário e fiscal do ex-policial militar. Os dados que constam nessa nova investigação são os mesmos obtidos no processo sobre o gabinete de Flávio Bolsonaro e que foram parte da denúncia feita pelo MP contra o ex-assessor, o senador e outras 15 pessoas por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A tramitação da denúncia está parada por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

No visão dos promotores, há indícios que o ex-PM tenha sido também o “operador financeiro” de parte do esquema que envolve a familiares do ex-marido de Márcia de Oliveira Aguiar. Márcia é a atual mulher de Queiroz. O ex-marido dela esteve nomeado no gabinete de Carlos entre 2008 e 2010 e, depois, foi sucedido pelo sobrinho, que ficou no cargo até 2011.

Segundo os promotores, “já foram identificados indícios suficientes da participação de Queiroz no desvio de recursos oriundos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, mediante devolução dos valores pagos a vários funcionários “fantasmas”, e que por isso é necessário apurar seu possível envolvimento com o mesmo esquema na Câmara.

Assim como no caso de Flávio Bolsonaro, o MP dividiu a apuração sobre o gabinete de Carlos Bolsonaro em seis “núcleos” que operariam o esquema de corrupção. São, em linhas gerais, grupos de pessoas que possuem parentesco ou relação entre si. Além da família Gerbatim, os outros cinco núcleos investigados são de famílias que empregaram diversos membros no gabinete de Carlos.

A reportagem ressalta que no caso do senador, Queiroz era a principal figura do esquema. Agora, nessa nova investigação, a mira dos promotores está em cima das movimentações financeiras de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro. O MP investiga sete empresas e dois irmãos, dois cunhados, um primo e duas esposas de primos dela que foram nomeadas no gabinete de Carlos Bolsonaro.

Segundo o MP, os dois gabinetes tinham “a mesma dinâmica de indicação de parentes”. A família de Ana Cristina Siqueira Valle também constava como um dos “núcleos” de suposta corrupção dentro do gabinete de Flávio Bolsonaro.

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