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Metano: Redução das emissões do gás no Brasil é desafio para agronegócio brasileiro

Rodolfo Oliveira/Ag.Pará
Bnews - Divulgação Rodolfo Oliveira/Ag.Pará

Publicado em 03/11/2021, às 20h08   Redação BNews


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O governo brasileiro aderiu à inciativa global para a redução de 30% nas emissões de metano, uma das principais causas do aquecimento do planeta, levanta a questão de como o país vai atuar para honrar seus compromissos. A agropecuária do Brasil é o maior emissor de metano no país. As informações são do jornal O Globo.

Apesar da pouca concentração na atmosfera, o gás metano potencializa até 80 vezes mais o aquecimento global do que o dióxido de carbono em um período de 20 anos. Desde o período pré-industrial, esse gás foi responsável pela elevação de 0,5ºC na temperatura do planeta, segundo relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, divulgado em agosto.

No Brasil, a agropecuária é responsável por mais de 70% das emissões — no caso da pecuária, 97% delas são por fermentação entérica, ou o arroto do boi. 

Ineficiência 

Em entrevista ao jornal, o climatologista Carlos Nobre - copresidente do Painel Científico para a Amazônia e pesquisador sênior do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP) - avalia que o ponto central da discussão é o modelo usado pela maioria da indústria pecuária, com pequena concentração de cabeças de gado em grandes propriedades. Para o climatologista, isso deixa de lado técnicas mais eficientes de produção que poderiam amenizar as emissões.

O pesquisador defende, por exemplo, o plano Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, elaborado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Esse plano estabelece meios para a otimização do uso da terra visando maior produtividade e menor impacto ambiental.

A engenheira agrícola Marina Piatto - diretora-executiva do Imaflora, associação que trabalha pela conservação e uso sustentável de recursos naturais - pontua que as novas tecnologias não são necessariamente medidas de alto custo. Ela exemplifica mudanças na alimentação do gado, com a inclusão de itens como grãos e, em caráter experimental, até de algas marinhas, que podem ajudar a reduzir drasticamente o nível de emissões. Também contribuiria a concentração de mais animais em uma área reduzida, com um menor tempo até o abate. Por isso, não vê a redução no rebanho nacional como um caminho obrigatório.

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