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Desajustes dos ponteiros

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Apesar de uma série de conversas substanciais sobre o fato, a indefinição do presidente do Bahia tem deixado muita gente impaciente  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 18/11/2019, às 08h26   Victor Pinto*


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A eleição municipal de Salvador sempre é vista com atenção pela classe política. É o maior colégio eleitoral e a principal vitrine impulsionadora para o pleito estadual. Já são vários os nomes postos para a disputa, mesmo aqueles que o fazem somente para demarcar território e barganhar algo mais na frente. Os ponteiros do relógio correm e tem gente levando a galope o assunto, enquanto outros caminham a passos lentos e podem sucumbir com a força do tempo.

Apesar de uma série de conversas substanciais sobre o fato, a indefinição do presidente do Bahia e ex-secretário do prefeito ACM Neto (DEM), Guilherme Bellintani, decidir se sai ou não para o pleito já tem deixado membros das siglas, virtuais credores do processo eleitoral da eventual candidatura, no limite da impaciência. É o assunto que tem dominado o início da formação do tabuleiro eleitoral soteropolitano.

Ele e Sidônio Palmeira - marqueteiro das campanhas petistas, principal pavimentador da ida do empresário ao comando do Bahia e um dos endossadores das articulações políticas de 2020 - não chegaram a um acordo com os demais para realmente o rumo ter sido desenhado de uma maneira mais visível.

Não é estranho os petistas, durante o encontro da Executiva Nacional com a presença de Lula (PT), mencionarem o nome de Bellintani, com referências feitas pelo senador Jaques Wagner (PT) e o ainda presidente estadual, Everaldo Anunciação. Mas, o mais correto foi Pelegrino (PT): Bellintani precisa se decidir o quanto antes. Uma eventual candidatura precisa ser amadurecida, apesar de Rui Costa (PT), como sempre, não demonstrar uma importância considerável para o contexto da capital.

A máxima do deputado federal Marcelo Nilo, do PSB, sobre Bellintani já chegar e "sentar na janela" reverbera nos bastidores. O querer montar no cavalo selado, com eleição pronta, caminho pavimentado, sem se esforçar para tal, já tem provocado muito incômodo. O secretário da sigla socialista, Rodrigo Hita, ao podcast 'Política Agora', do BNews, afirmou que o presidente do Bahia precisará discutir candidatura, caso entre na sigla.

O senador Otto Alencar (PSD) nem se abala mais com o quadro, muito menos o vice-governador João Leão (PP).

Bellintani terá tempo suficiente para correr o percurso? De ajustar primeiro os casos internos e partir para o externos com densidade? Apesar dele frear publicamente a onda por 2020 para não prejudicar a campanha do Bahia e a sua gestão, o que é considerável, internamente sua indefinição tardia já começa a provocar desconfortos. Algumas fontes ligadas ao governador Rui Costa (PT) e de partidos da base com os quais conversei nos últimos dias apontam para a situação de insegurança com o adiantar dos meses.

Alguns acreditam que, a despeito da sucessão de Neto ser uma eleição mais competitiva, uma candidatura sólida não será construída da noite para o dia. O vice de Neto, Bruno Reis (DEM), e o secretário da Saúde, Léo Prates (DEM), estão nas ruas e na imprensa dia e noite.

O desarranjo e os desajustes dos ponteiros, até o fim do ano, serão cruciais para uma disputa que tem tudo para ser uma das mais animadas dos últimos tempo em Salvador. E apesar do tempo passar e o tempo voar, nem a poupança Bamerindus continuou numa boa, que dirá virtuais candidaturas atrasadas.

* Victor Pinto é jornalista formado pela Ufba, especialista em gestão de empresas em radiodifusão e estudante de Direito da Ucsal. Atua na cobertura política em sites e rádios de Salvador. Twitter: @victordojornal

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