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Chega logo novembro…

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Em outubro começará um novo bombardeio: as publicidades no rádio e na televisão que invadem nossos lares até sem a gente querer  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 28/09/2020, às 06h42   Victor Pinto


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Era pouco mais de meia a noite do domingo, dia 27. Havia acordado para beber água e passei o olho nas notificações do celular. Tive a visão do inferno: diversos candidatos já enviando por meio do aplicativo de conversas fotos/santinhos, figurinhas e material de campanha. Acabou o sossego pelos próximos 45 dias. Que novembro logo chegue!

E o torcer para a rápida chegada de novembro, no meu pedido, não só para cessar, o quanto antes, esse trabalho cansativo, não só para quem faz campanha, mas também para nós que cobrimos e para o eleitor que de agora em diante vai sofrer um bombardeio de informações. Com as restrições de acumulo de povo,  nos eventos, em tese, sofreremos um tanto mais do que antes. E quero ver Lei de Proteção Geral de Dados fazer isso diminuir. 

Em outubro começará um novo bombardeio: as publicidades no rádio e na televisão que invadem nossos lares até sem a gente querer. Começam os debates e uma galera só vai pensar naquilo: tal qual torcedores de futebol em um BA-VI, vão para a torcida passional irracional. A diferença dos estádios será básica: estes não têm torcedores, já as campanhas de rua, apesar de certas restrições, vai ter gente aglomerando e chegando junto. 

Certa vez eu disse que a vacina do coronavírus em cidades interioranas é a campanha eleitoral. Eu ainda sustento o argumentado. Apesar do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) alegar que deixará os juízes eleitorais com poder de polícia em fiscalizações que envolvam a pandemia, eu coloco em xeque decisões sobre casos restritivos como esses. 

Tenha certeza que cada aldeia, até 15 de novembro, respirará eleição, com ou sem máscara. Quiçá Salvador, Feira de Santana ou Vitória da Conquista que já possuem grau eleitoral o suficiente de ter a possibilidade de um segundo turno, o que engrossa ainda mais esse tom insuportável de campanha. 

Eu gosto do movimento, não nego. O cidadão político que pulsa em mim e, mais do que ele, o jornalista. Mas cansa. Se torna chato. E esse ano, depois de uma pandemia como tal, pior. Apesar de ter sido prorrogada, repito como de outras vezes, a eleição tinha que ocorrer esse ano pela preservação do nosso ordenamento jurídico. 

Minha prece, suplicante, repito: chega logo novembro, a nossa paciência tem pressa. Se é que os fatos ao nosso redor vão nos deixar pacientes…

Victor Pinto é editor do BNews, jornalista formado pela Ufba, especialista em gestão de empresas em radiodifusão e estudante de Direito da Ucsal. Atua na cobertura jornalística e na área administrativa de rádios em Salvador. 

Twitter: @victordojornal

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