Junho Verde: ESG é sobre dinheiro

Engane-se quem pensa que ESG é romantismo, propósito, causa. A sigla em inglês, que bateu recordes de busca, segundo o Google, em 2022,  significa environmental, social e governance e representa um conjunto de ações ambientais, sociais e de governança praticadas pelas empresas. Ou seja: mais do que um conceito, ESG é ação, é prática, é mercado, é modo de fazer negócio.

Falar de ESG é falar sobre economia, sobre investimentos, sobre nicho de mercado, sobre faturamento. A palavra “ECONOMIA” tem origem grega, através da junção de duas palavras “oikos”, que quer dizer “casa” e “nomos”, administração. Então economia nada mais é do que administrar a casa. Não estamos falando da nossa casa física, mas estamos falando, sobretudo, da nossa grande casa que é o planeta Terra e que, até que se prove o contrário, só existe esse. E ainda que houvesse não parece sensata a ideia de procurar resolver fora de casa os problemas que existem da porta para dentro. Essa também é uma lógica pautada na agenda ESG que compreende que é necessário começar por dentro, entendendo como cada empresa entende valor, preço e como usa seus ativos para gerar lucro. 

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De acordo com o relatório ESG Radar 2023, investimentos em ESG nas organizações devem chegar a US$ 53 trilhões até o ano de 2025. O montante chama a atenção e nos convida a refletir sobre o quanto os parâmetros ESG se refletem em aspectos econômicos e financeiros importantes. Em outras palavras, significa dizer que empresas que não se adaptarem a esse novo modelo não só deixará de gerar valor como perderá espaço no mercado. 

Em uma perspectiva mais filosófica, é pertinente lembrar que ECONOMIA é uma ciência social e não exata, como muitos pensam. Economia não é sobre números, cifras, gráficos, percentuais, a economia, em sua concepção, serve para produzir, distribuir e dar acesso a bens e serviços necessários à sobrevivência, à qualidade de vida e ao bem estar das pessoas. Economia é sobre gente, mas não somente. Vivemos sob um sistema capitalista que pressupõe o lucro como base para fazer essa roda girar. Mas não o lucro a qualquer custo. 

Riqueza só para uns não é riqueza. É desigualdade. Não podemos ser ricos enquanto sociedade tendo ilhas de privilégios num oceano de exclusões, isso não é bonito, nem justo e nem traz. Para construir o futuro que queremos e termos prosperidade nos negócios, com justiça social e ambiental, é urgente que todos nós tenhamos a coragem de seguir sendo parte da solução.

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