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O Brasil já fez a transição energética

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No Brasil, as renováveis totalizam 44,8%, quase metade da nossa matriz energética  |   Bnews - Divulgação Arquivo pessoal

Publicado em 05/08/2023, às 18h34   Georges Humbert


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O mundo possui uma matriz energética composta, principalmente, por fontes não renováveis, como o carvão, petróleo e gás natural. Fontes renováveis como solar, eólica e geotérmica, por exemplo, juntas correspondem a apenas 2,5% da matriz energética mundial, assinaladas como “Outros” no gráfico. Somando à participação da energia hidráulica e da biomassa, as renováveis totalizam aproximadamente 15%. Já no Brasil, as renováveis totalizam 44,8%, quase metade da nossa matriz energética. Quando se fala em matriz elétrica, a brasileira é ainda mais renovável do que a energética, isso porque grande parte da energia elétrica gerada no Brasil vem de usinas hidrelétricas. A energia eólica e solar também vem crescendo bastante, contribuindo para que a nossa matriz elétrica continue sendo, em sua maior parte, renovável.

Essa característica da nossa matriz energética e elétrica é um diferencial em sustentabilidade e descarbonização do planeta, pois as fontes não renováveis de energia, regra no mundo todo e exceção no Brasil, são as maiores responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa (GEE). Como predomina, no Brasil, a produção e consumo de energia das fontes renováveis, muito mais que em quase todos os outros países, dividindo a emissão de gases de efeito estufa pelo número total de habitantes no Brasil, verifica-se que o país emite menos GEE por habitante que os demais, com méritos ambientais e créditos econômicos a serem pagos pelo mundo.

Portanto, ao contrário do resto do mundo, o Brasil não precisa fazer, mas já fez a transição energética, sendo necessário garantir a segurança contra apagões, com exploração de tesouros como o pré-sal e as bacias de gás natural, além do aumento de linhas de distribuição e transmissão, sem prejuízo de se manter predominantemente renovável, verde e em descarbonização, desde que isso não signifique perdas sociais e que seja compensado, economicamente, pelos países verdadeiramente emissores de GEE, desde sempre.

Georges Humbert, advogado, professor, pós-doutor em direito e presidente do IbradeS

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