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Quem fará do Brasil uma Venezuela?

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Bnews - Divulgação Arquivo Pessoal
Daniela Pereira

por Daniela Pereira

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Publicado em 12/10/2022, às 14h40


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Em um país, literalmente, dividido, vale ressaltar que todos defendem a Democracia, inclusive aqueles que pedem o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e ameaçam dar surras em ministros. Eles fazem isso acreditando na defesa da Democracia.

Seja como palavra de ordem, instrumento de ataque ou meme, a expressão “o Brasil vai virar a Venezuela” se tornou recorrente no debate público brasileiro nos últimos anos e a pauta da vez de uma eleição polarizada é: qual o Governo fará do Brasil uma Venezuela?

A nossa vizinha Venezuela tem uma história complexa, quando o assunto é “liberdade”. Especialistas políticos afirmam que a estratégia eleitoral da direita brasileira consiste, atualmente, em simplificar a realidade venezuelana e espalhar medo ao afirmar que o Brasil se tornará uma Venezuela.

Perde-se muito tempo discutindo sobre ameaças à democracia, mas pouco se explica sobre como elas acontecem. A democracia brasileira ainda é muito jovem, imatura e frágil. Como disse o professor Wilson Gomes: “não aguenta um sopro” e é inegável que ela vem sofrendo sucessivas ameaças.

Recentemente o vice-presidente, general Hamilton Mourão, disse que o presidente Jair Bolsonaro poderá ampliar o número de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), através de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que pretende elevar de 11 para 15 o número de ministros na Corte.

Mas vocês já se perguntaram o que isso representa para a democracia brasileira?

Vejam bem! Dos 11 ministros que integram o STF, dois deles são indicados por Bolsonaro: o ministro Kassio Nunes Marques e o ministro André Mendonça. Ambos votam de acordo com a vontade do presidente. Vocês lembram da emblemática frase do “ministro, terrivelmente, evangélico”, né?

Nos próximos anos, desses 11 ministros, dois irão se aposentar: Ricardo Lewandowski e Rosa Weber. Caso o próximo presidente seja Bolsonaro, automaticamente, ele precisará escolher mais dois ministros e aí a Corte ficará com quatro ministros indicados por ele. Se a PEC for aprovada, ele precisará indicar mais quatro e serão oito ministros ‘gratos’ ao presidente, ou seja, a maioria de uma Corte de 15 ministros.

Além disso, ainda teremos para a próxima legislatura um Senado e uma Câmara conservadores, com representantes eleitos da direita e extrema direita, ideologia também integrada pelo presidente. Ou seja, Bolsonaro terá o controle do Legislativo e do Judiciário.

Resumindo, meus amigos, fiquem atentos. A Venezuela é logo ali. Em Brasília.

Classificação Indicativa: Livre

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