Previsões sombrias para o mercado de açúcar na safra 2024/25 preocupam

Na oitava edição da Abertura da Safra, realizada em Ribeirão Preto (SP), traders de três das maiores empresas exportadoras de açúcar do Brasil lançaram um alerta sobre um iminente déficit global do produto na safra 2024/25. As previsões, anunciadas durante o evento organizado pela consultoria Datagro e encerrado nesta quinta-feira (7/3), destacaram preocupações com a oferta do produto nos próximos meses.

Inscreva-se no canal do BNews no WhatsApp!

Mercado

Pesquisa inédita aponta relação entre saúde e produtividade; saiba mais

MAS JÁ?

Cantora anuncia nascimento da filha dois dias após revelar gravidez; entenda

Segundo o Globo Rural, Ulysses Carvalho, trader sênior da corretora Sucden, estimou o maior déficit, prevendo uma lacuna de 4,3 milhões de toneladas. Ele ressaltou que outros grandes exportadores, como China, Índia e Indonésia, também enfrentarão desafios de produção, colocando o Brasil na posição de suprir o mercado global.

A análise de Carvalho baseia-se em um perfil climático preocupante, caracterizado pela falta de chuvas durante o crescimento vegetativo da cana. Índices de precipitação 30% abaixo da média histórica entre dezembro e fevereiro levantam sérias preocupações no setor.

Já Guilherme Correia, trader da Louis Dreyfus Company (LDC), apontou para um déficit menor, de 1,4 milhão de toneladas, atribuído à queda de produção em países como América Central, México, Índia e Tailândia. Ele enfatizou que o market share do Brasil poderá chegar a 80%, o que aumenta a responsabilidade do país no suprimento global.

Por sua vez, tambéma o Globo Rural, Ricardo Alves, trader sênior de Originação da Raízen, destacou a safra 2023/24 como altamente positiva, com aumento na produção e movimentação de grandes volumes de açúcar. No entanto, alertou para o impacto negativo esperado na produção devido à falta de chuvas, prevendo um estoque de passagem mais reduzido em março de 2025.

A falta de participação nas exportações da Índia é apontada como um fator que contribuirá para a transição de um superávit na safra anterior para um déficit na safra 2024/25. Os traders concordam que o setor enfrenta um dos piores cenários de início de ano dos últimos 15 anos, com expectativa de equilíbrio apenas no segundo semestre.