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“Carnaval de Salvador precisa ser repaginado”, diz presidente do Habeas Copos

Publicado em 02/02/2015, às 09h37   Tony Silva (Twitter: @Tony_SilvaBNews)


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O “Carnaval da Quarta” na Barra, que teve início de forma espontânea, com a reunião de familiares, amigos e foliões que frequentam a Avenida Oceânica para brincar ao som das fanfarras há mais de 10 anos, se tornou um circuito oficial em 2013 da festa, que levou o nome de “Sérgio Bezerra”, dono da entidade carnavalesca mais antiga deste circuito, o bloco Habeas Copos e conselheiro da Associação de Carnavalesca de Entidades de Sopro e Percussão (Acesp).

Reconhecido pelo Conselho do Carnaval (Concar) e pela Prefeitura de Salvador, o “Carnaval da Quarta” se tornou dia oficial da abertura do Carnaval e passou a contar com toda infraestrutura que os outros dias da festa contam, a exemplo de: segurança pública, ordenamento de trânsito, iluminação, assistência à saúde e limpeza.

A festa recebe atualmente pessoas de vários cantos da cidade e turistas. Mas Sérgio Bezerras garante que apesar da grande lotação, o clima ainda é familiar e tranquilo.

“Ela continua sendo a grande festa da família, só que, mais segura, atraente, com glamour melhor. Hoje as pessoas, principalmente os moradores da Barra, estão descendo para curtir, estão trazendo seus filhos e está havendo uma adesão muito grande da juventude, que passaram a conhecer um carnaval que eles não conheciam. Descobriram nas fanfarras uma nova forma de brincar carnaval, mais tranquilo, mais romântico e com isso todo mundo brincando com muita segurança e muita alegria”, comenta.

A grande adesão de foliões ao “Carnaval da Quarta” pode ser um reflexo da possível  necessidade que os foliões estejam sentindo de brincar um carnaval com um formato mais livre, tradicional, ‘baiano’ e tranquilo. Indagado sobre esta possibilidade, Sérgio Bezerra foi taxativo. “O carnaval de Salvador precisa ser repaginado”.  

Ele atribuiu como motivo da crise de blocos dos circuitos tradicionais, o inflacionamento dos preços e o carnaval fora de época. “A pluralidade carnavalesca de Salvador é a maior riqueza que o próprio carnaval tem. Só isso não foi bem entendido por alguns seguimentos e de repente inflacionaram preços para desfile e outras circunstâncias, que dificultaram para o patrocinador e o folião adquirir fantasias. Os carnavais fora de época retêm os turistas. Claro que o reflexo disso vem mais cedo ou mais tarde”, avalia.

Bezerra sugere um caminho para recuperar o grande sucesso do carnaval. “Acho que o momento para salvador é repaginar, é repensar, é ser mais criativo. Temos que parar para pensar qual modelo de carnaval devemos ter. A opção da Acesp é o carnaval para o folião, principalmente o soteropolitano, que está querendo brincar o carnaval com boa relação de custo benefício, com segurança, qualidade musical e alegria. Por isso que nossa receita é de sucesso. Acho que isso que vai dar certo”, avalia.

As camisas dos blocos que desfilam no “Carnaval da Quarta” variam entre R$ 20 e R$ 100 e o início do desfile dos 28 blocos está programado para as 19 horas.

Nota originalmente postada dia 1º

Classificação Indicativa: Livre

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