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Público LGBT tem mais espaço no Carnaval e respeito do folião em Salvador

Publicado em 24/02/2017, às 15h58   Tony Silva


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Que o “Beco das Cores”, antigo “Beco da Off” na Barra é o espaço de todos LGBT’s todo mundo já sabe, mas os quatro cantos do Carnaval de Salvador é uma realidade e novidade que começa a ser comemorada por esse público, que antes era alvo de preconceito e até hostilidade. Nos blocos, nas ruas e principalmente neste espaço, gays, lésbicas e trans podem ser o que são com liberdade e respeito. Um grito da diversidade contra o preconceito, que segundo eles, deveria ecoar durante todo ano em todos os cantos da cidade.

Se sentindo à vontade, o estudante de arquitetura, Lucas Aguiar, 24 anos, veio pelo terceiro ano ao Beco das Cores e comenta o quanto se sente livre neste ano e até veio caracterizado. “O público LGBT conquistou um bom espaço no Carnaval de Salvador. Ainda falta muito, mas há dois ou três anos atrás eu não viria maquiado ou com fantasia, porque com certeza seria hostilizado”, comenta.

O estudante ainda disse o point LGBT com novo nome consolidou e simboliza esse espaço conquistado por eles no Carnaval. “O Beco das Cores consolidou esse espaço que estamos conquistando. Aqui nos sentimos a vontade para o que a gente é”, afirma.

Apesar desse avanço do não preconceito contra os LGBT’s no Carnaval, para o dia-a-dia ainda há muito o que ser conquistado. O operador de serigrafia Joílson Souza, 24 anos, de forma otimista estimou que 50% do público do Carnaval de Salvador é LGBT, mas alertou para a realidade dos outros dias. “Acho que o LGBT está forte no Carnaval do que antes. Acho que somos metade do público. Melhor ainda se esse respeito fosse o ano todo em todos os lugares”, avalia.

Já o estudante de odontologia, Itamar Júnior, 22 anos, frequenta o Beco das Cores há cinco anos e diz que o respeito ao LGBT tem crescido no Carnaval de Salvador e deu a palavra chave para o não preconceito. “Com passar do tempo, a mídia vai dando espaço aos gays, lésbicas e trans e as pessoas vão entendendo e respeitando, mas independente disso tudo, a palavra chave é ‘respeito’. Se mesmo que não aceita, você respeita, consegue-se viver em harmonia”, comenta.

A publicitária Isabela Dantas, 22 anos, que frequenta o Beco das Cores há seis anos, tem uma visão otimista dos próximos Carnavais. “Existe uma tendência ao crescimento do respeito ao público LGBT no Carnaval de Salvador. Deveria ter outros espaços como o Beco das Cores. Acho que temos que ocupar os espaços”, afirma. 

Publicado originalmente em 24/02 às 0h10

Classificação Indicativa: Livre

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