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ACM Neto não engrossa, mas alfineta disputa por protagonismo do Carnaval

Publicado em 26/02/2017, às 12h29   Luiz Fernando Lima


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O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), ‘pulou fora’ da polêmica discussão a respeito de quem deve ser o protagonista na organização do Carnaval. ‘Pulou fora’, mas mandou o recado aos que tentam dividir os holofotes durante a folia. O argumento do gestor é: quem organiza a festa é a prefeitura.

“Eu hoje sou prefeito. Daqui a pouco vai chegar o meu tempo de não mais ser prefeito e quem estiver na prefeitura vai organizar a festa. Quem organiza a festa é a prefeitura, não vou ficar disputando. Pelo contrário, quanto mais o Governo quiser investir na festa melhor. Pagando a segurança, atrações. Eu não tenho nenhuma dificuldade com relação a isso. Agora, de fato para organizar a festa a prefeitura se prepara o ano inteiro e não é chegar agora como num passe de mágica fazer as coisas”.

No sexto dia de Carnaval, sábado (25), o prefeito esteve no Camarote do Bocão News no Circuito Dodô, na Barra. Em conversa exclusiva com a reportagem deste site o prefeito não deixou de alfinetar os desafetos.

“Quem quiser organizar a festa tem que ter em mente que a partir de 2020 vai ter nova eleição para prefeitura. Pode se candidatar e, se ganhar a eleição, poderá organizar a festa. Essa é a questão. O Carnaval é em Salvador, não é em outro lugar. Eu não quero alimentar briga, discórdia ou celeuma porque eu acho que ninguém ganha nada com isso. Eu não ganho nada com isso. Procuro aproveitar a festa não só para trabalhar, mas para curtir também. Então, se eu ficar alimentando isso vou encher a cabeça com algo que não traz nada de bom”.

Ainda no que se refere à ‘bola dividida’ com o governo, Neto assegura que “ninguém está me vendo dar declarações criticando ou querendo briga. Tenho dado declarações para evitar isso. Até porque isso é uma discussão inócua. Ninguém ganha nada com isso. O povo que está na rua ganha o que? Nada, zero”.

Sobre o Carnaval, Neto diz que passada mais da metade do período festivo a sensação é de satisfação. “Estou muito feliz e satisfeito, seja pelo resultado, seja pelo nível de reconhecimento que as pessoas têm. O Carnaval está mais tranquilo conforme dados da polícia, da secretaria de saúde municipal. Uma queda de 30% nos atendimentos e com mais gente nas ruas. Salvador fazendo o que mais sabe fazer que é alegria e a festa do seu povo.

O prefeito defendeu também a convivência entre trios sem cordas e blocos tradicionais. Questionado sobre a tendência do arriar as cordas, Neto reconhece que é importante, mas ressalta que não gosta de assumir o discurso contra os blocos. “Porque os blocos são importantes assim como os camarotes e os trios sem cordas. A festa não existira sem os blocos, sem os empregos criados por eles, sem o que eles garantem para a cidade”.

Para ele, “sem dúvidas a convivência harmoniosa entre os blocos e o trio sem cordas acaba dando outra perspectiva para o Carnaval de Salvador. É mais espaço na rua para o folião. A prefeitura foi quem introduziu esta cultura de trio sem cordas. Nós temos mais 300 atrações desfilando. Eu diria que dá para conviver tudo, mas, sem dúvidas, esse vigor vem muito das pessoas voltarem às ruas”.

Um dos assuntos mais comentados no pré-carnaval foi o Furdunço, muita gente na rua no domingo que antecede a festa e muitas queixas sobre a falta de estrutura para atender a multidão. “Esse ano o Furdunço pagou um pouquinho o preço do seu sucesso. Ninguém esperava a quantidade de pessoas que deu na Barra porque nos outros anos não tinha sido este estouro todo. Aconteceu uma coincidência que foi Leo Santana e Baiana System no auge. Quando eles se inscreveram não era ainda isto tudo. Fica de lição, de aprendizado e de preparação para que no ano que vem tenhamos mais estrutura para suportar o domingo de pré-carnaval”.

Houve tempo ainda para Neto comentar a manifestação do ‘Fora Temer’ puxada pela banda Baiana System no Campo Grande. Vale ressaltar que o presidente do Conselho do Carnaval (Comcar), Pedro Costa, declarou que manifestação política deve ser feita na “Mudança do Garcia” e ameaçou punir a banda retirando-a do Carnaval de 2018. Nenhuma autoridade política seguiu a tese de Costa, e Neto não foi diferente.

Sobre o assunto, o prefeito foi enfático: eu não trabalho com censura, nem com veto. Imagine, censura algum artista ou alguém que queira se manifestar. Pode se manifestar a favor ou contra. Não vejo nenhum problema. De minha parte isso não prejudica em nada a agenda que eles têm conosco. Tem uma agenda intensa. Tocaram duas vezes no Furdunço, no Réveillon e tocam no carnaval patrocinado pela prefeitura. Para mim, não tem problema nenhum. Tá tudo de boa.

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