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Fernando Guerreiro acredita em futuro do Carnaval sem cordas

Uran Rodrigues
Presidente da FGM argumenta que abadás não pagam blocos e que empresários devem desistir de modelo  |   Bnews - Divulgação Uran Rodrigues

Publicado em 07/02/2013, às 22h24   Lucas Esteves (Twitter: @lucasesteves)


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A mudança do Carnaval de Salvador e revitalização da cultura da festa, com a diminuição do modelo atual que valoriza os empresários e oprime o folião pipoca, são uma tendência que não é mis possível de ser freada de acordo com o presidente da Fundação Gregório de Mattos, Fernando Guerreiro. O produtor teatral vai mais longe e afirma que, para ele, outra tendência forte do Carnaval é de que as cordas sejam, enfim, abolidas e todos os trios circulem livres para o público.

“Basta ver que abadá não vende mais. Os empresários já não lucram mais como antes com abadás. Não adianta, o que viabiliza bloco hoje é patrocínio. Quanto você acha que a Skol deve ter ganho para colocar o Chiclete Com Banana sem cordas na quinta-feira? A tendência é essa. Cada dia mais as cordas vão cair”, refletiu. Instado pela reportagem a opinar o que impediria, enfim, o fim das cordas, Guerreiro disse que é um questão de apego. “Precisa o empresário abrir mão dessa ‘merreca’ (o lucro com os abadas)”.

Responsável por, da Quarta de Cinzas em diante, protagonizar uma mudança de mudança da gestão e concepção da festa, Fernando Guerreiro constata que o modelo atual da folia baiana se desgastou a tal ponto que Salvador virou a própria festa do avesso, afastando foliões e fortalecendo outras festas Brasil afora. “Eu fico triste porque, antigamente, o Carnaval do Rio de Janeiro era aquele que você assistia e o de Salvador era o que você pulava. Hoje, o de Salvador você vê na TV e pula o do Rio. Veja como as coisas se inverteram”.

O presidente da FGM argumentou que o carnaval da capital baiana precisa voltar a pensar em ser uma festa de diversidade como já foi um dia e investir na decoração, no clima, expectativa e significado da festa. Assim, além de valorizar o Carnaval, também trará de volta o folião baiano, que nos últimos anos foge do carnaval e deixa a festa em sua cidade quase toda para os turistas. Ele refuta que o processo seja conduzido de maneira atabalhoada e concorre a investir anos de conversas com as agremiações, empresários e patrocinadores, sem enfrentamentos.



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