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Confusão e frustração marca o primeiro dia de desfile do Ilê Aiyê

Imagem Confusão e frustração marca o primeiro dia de desfile do Ilê Aiyê
Falta de fantasia faz folião se revoltar e armar tumulto na sede do bloco  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 05/03/2011, às 19h36   Luiz Fernando Lima


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Fotos: Edson Ruiz // Bocão News

O clima neste sábado (5) na sede do bloco afro Ilê Aiyê, no Curuzu, foi de revolta e confusão. Na porta do barro preto, sede do bloco,  dezenas de foliões aos berros denunciaram possuir cortesia da vestimenta para desfilar no carnaval, mas não conseguiram a fantasia.

De acordo com Ana Lúcia, que alegou sair no Ilê hã 18 anos, ela e outras amigas estão no local desde às 7 horas, sem comer ou beber, na tentativa de conseguir seu traje. "Eu sou Ilê, mas eles estão nos desrespeitando", desabafou ela que disse estar com dinheiro e tenta comprar a fantasia.

O caso de Manoela Oliveira é maiscomplicado, já que ela disse ter pago R$ 350 pela "cortesia" e não consegue trocaro bilhete pelo traje.

O diretor do bloco, Edmilson das Neves, argumenta que as cortesias não podem ser comercializadas, por isso os foliões não conseguem pegar. A explicação, no entanto, não justifica a falha, já que ao distribuir as cortesias, o bloco tem que teras fantasias à disposição, até porque, não sabe se ela foi ou não comprada. Essa é uma demosntração de falta de profissionalismo da entidade.


Apesar do esclarecimento, em outro momento Edmilson das Neves confessou que na verdade não houve tempopara confeccionar todas as 1.500 indumentárias do bloco, prometendo que até segunda-feira todos osfoliões terão suas vestimentas à disposição. O Ilê desfila no carnaval baiano sábado, segunda de carnaval.

Outro diretor do Ilê Aiyê, que não revelou sua identidade, afirmou que as cortesias distribuídas pelo bloco podem ou não ser atendidas, não havendo a obrigatoriedade serem cumpridas, outra desculpa que não justifica, já que ao oferecer o benefício, o bloco cria a expectativa do folião que termina frustrado, até porque perde a oportunidade de adquirir a indumentária.


De acordo com a explicação do mesmo diretor, foi dada prioridade aos integrantes que pagaram para participar do bloco, confirmando assim a falta de indumentária atender aos foliões.

O Ilê Aiyê é um dos mais tradicionais blocos afro do carnaval da Bahia. Cerca de 1500 integrantes, dos quais 400 ganham cortesias, segundo revelou a direção do bloco desfilam na entidade fundada em 1974 por Antônio Cralos dos Santos, o Vovô e Apolônio de Jesus, no bairro do Curuzu, próximo à Liberdade.

O bloco foi um dos primeiros a manter uma associação cultural para preservação das tradições culturais africanas na Bahia.

Caindo fora - O governador Jaques Wagner esteve no início da noite na sede do Ilê Aiyê, no Curuzu, a tempo de persenciar o tumulto que se formou no local devido à frustação dos foliões que não conseguiram pegar a fantasia que achava ter direito ao receber ou comprar cortesias distribuídas pelo blo afro.

Wagner saiu rapidamentedo local sem falar com a imprensa. Tradicionalmente  o governador acompanha o ritual da saída do bloco, comandado por Vovô, mas não foi confirmada sua presença neste ano.

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