Na manhã desta quarta-feira de Cinzas, dia 9, pela primeira vez, governo do estado e prefeitura de Salvador apresentaram em conjunto o balanço do carnaval. A coletiva foi realizada no antigo Clube Cruz Vermelha, no Campo Grande. Os representantes do governo Wagner apresentaram dados das áreas da Cultura, Segurança Pública, Turismo e Saúde. O primeiro a usar a palavra foi o titular da secretaria estadual de Cultura, Albino Rubim. De acordo com ele, mais de 500 mil pessoas curtiram a festa do Pelourinho, no Centro Histórico, onde 95 atrações se revezaram em sete palcos e promoveram mais de 200 horas de música.
“O Pelô não é mais espaço apenas para bailes e o carnaval antigo. Este ano, tivemos reggae, rock, maracatu e diversas outras manifestações”, disse o secretário, que também destacou a transmissão da TVE, com média de três pontos no Ibope, e o Palco do Rock, na praia de Piatã.
Em seguida foi a vez de Domingos Leonelli (Turismo) mostrar o desempenho de sua pasta. Ele ressaltou a taxa de 100% de ocupação nos hotéis instalados nos circuitos da folia e os mais de 100 mil atendimentos presenciais nos pontos de suporte para baianos e turistas. “Foi o melhor carnaval dos últimos tempos”, avaliou o secretário, mesmo sem ter os números da pesquisa de satisfação dos visitantes, que serão divulgados na próxima semana.
O secretário da Saúde, Jorge Solla, ficou bastante satisfeito com o desempenho do governo em sua área de atuação. Segundo Solla, foram registrados 234 atendimentos nos seis hospitais que deram suporte à maior festa de rua do Brasil. Desses, o que teve mais trabalho foi o HGE, onde foram socorridas 101 pessoas feridas nos seis dias de festa. O gestor também enalteceu a atuação do posto do Hemoba, que recolheu 207 bolsas de sangue. Além da implementação do Fique Sabendo, teste rápido do HIV, que diagnosticou seis ocorrências positivas em mais de 900 exames nos postos do IBR, em Ondina, e Colégio Apoio, no Corredor da Vitória.
Do “time” de Jaques Wagner, o mais seguro foi o secretário de Segurança Pública, Maurício Barbosa. Logo de cara, ele destacou a realização de um “carnaval de paz e sem registro de mortes” nos circuitos Dodô, Osmar e Batatinha. Segundo o “homem forte” da SSP, foram registrados 1.226 ocorrências, contra 1.193 de 2010. O pequeno aumento, na avaliação de Maurício Barbosa, evidencia a “estabilização dos índices de violência”.
A vez da prefeitura – O secretário de Serviços Públicos, Oscimar Torres, foi o primeiro representante da administração João Henrique a despejar uma série de números. “Foram 1.325 registros da Coordenadoria de Defesa do Consumidor (Codecon), sobretudo apreensão de produtos estragados ou conservados em condições inadequadas nos camarotes ou em poder de ambulantes. O Salvamar fez 242 atendimentos de afogamento, mas sem óbito”.
Quando mencionou o quesito iluminação, Oscimar Torres teve que “cortar” na própria “pele”. Os dados oficiais apontam 657 casos referentes à falta de energia, ligações clandestinas e choques. “Pelo menos, 73 pessoas disseram que receberam descargas elétricas em poste de iluminação. Acho que em muitos os casos, os equipamentos não foram aterrados da forma correta”, observou.
Ele ainda destacou a retirada de 1.393 toneladas de lixo pela Limpurb e a instalação de 1.500 banheiros químicos nos três circuitos do carnaval de Salvador.
Por fim, foi a vez de Gilberto José, da secretaria de Saúde, fazer seu balanço. Nos cinco dias de festa, os 14 postos do município realizaram 5.654 atendimentos, uma redução de 12% em relação ao último ano. Desse total, quase 60% aconteceu no Circuito Dodô, entre os bairros da Barra e Ondina, na orla marítima da capital.
Gilberto José também destacou a distribuição de 1,6 milhão de preservativos e a atuação das três equipes de atendimento a traumas faciais, que fizeram, inclusive, pequenas cirurgias nas unidades da secretaria de Saúde.
A iniciativa de unir governo do estado e prefeitura de Salvador mostra uma aproximação entre Jaques Wagner e João Henrique. Mas, pena que os dois não participaram do evento. Seria uma oportunidade para mostrar qual o "patamar" da sintonia política entre os Palácios de Ondina e o Thomé de Souza.
Fotos: Arnaldo Pires/ Agência Olho de Peixe/ Bocão News
