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Criadores de roedores quebram preconceito e mostram que ratos são apaixonantes

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Bnews - Divulgação Arquivo pessoal

Publicado em 12/04/2021, às 11h49   Jones Araújo*


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Eca! Que nojo! Esses são geralmente alguns comentários preconceituosos que a auxiliar de secretaria, Adriana Lima, costuma escutar quando está acompanhada de seus ratinhos, os pets que ela cuida com carinho e dedicação. Mas se de um lado o julgamento impede muita gente de chegar perto desses animais, por outro, há quem se apaixone à primeira vista pela inteligência e fofura desses bichinhos.

“Tem gente que se apaixona quando vê os ratinhos dormindo no nosso ombro. Se eles dormem é porque confiam no dono e isso desperta a vontade de muita gente criar”, diz. Adriana explica que o maior preconceito que as pessoas têm é com rato, com o medo da leptospirose, mas segundo ela, os animais que cria estão longe de passar alguma doença para os donos. O segredo está no cuidado da criação, em não deixar os pets fora da gaiola por muito tempo, para que não se misturem com outros bichos que possam estar com a doença. Esse é um cuidado que todos os donos de animais devem ter. 

“Os ratos que compramos vem de pessoas que sabem a procedência desses animais. Para meu rato ter a doença ele tem que entrar em contato com outros ratos. Sempre oriento a não deixar os ratos soltos”, explica.  “Escuto que o rabo do rato é nojento, mas falo que são animais carinhosos, inteligentes e que tem os mesmos sentimentos de medo e ciúmes. Eles são muito apaixonantes”, completa.

Hoje Adriana cria várias espécies de roedores como: porquinhos-da-Índia, hamsters, ratos, camundongos e esquilo-da-mongólia e sempre que pode atua combatendo o preconceito contra esses tipos de roedores, através de feiras de adoção e encontros que eram realizados no Parque da Cidade, em Salvador, antes da pandemia da Covid-19. Nos eventos, segundo ela, o público podia ter a oportunidade de conhecer um pouco do universo apaixonante dos roedores, participar de bate-papo, piqueniques, sorteios de materiais para cuidados dos pets e caso tivesse interesse, poderiam adotar o primeiro roedor. 

Adriana conta que tudo era organizado de forma que o preconceito pudesse se desmitificado e no processo da adoção, os novos donos teriam que assinar um termo de responsabilidade e a família seria acompanhada pelo grupo, para verificar tanto o bem-estar do animal, quanto também tirar dúvidas que poderiam surgir. “Nosso grupo já está com três anos, com 102 integrantes que se reuniam mensalmente aos domingos, com palestras, sorteios, piqueniques, agora com a pandemia tivemos que dá uma parada”.
Seguindo a mesma linha de quebrar o preconceito sobre a criação de roedores, o agente operacional Mateus Santana, diz que sai com os roedores que cria para lugares públicos. “Gosto de sair com eles [os ratos] para quebrar os preconceitos e mostrar que um rato pode sim ser um animal de estimação como qualquer outro”, conta, ele que atualmente cria ratos, chinchilas e hamsters. 

“Sempre explico que é um rato de laboratório que não tem nada a ver com a doença, que são animais como qualquer outro. Eles conhecem o dono, são carinhosos e até fazem truques. Eles só nos proporcionam amor”.

Cuidados

Segundo Adriana, para a criação dos roedores é necessário primeiramente ter uma gaiola adequada, a ração especializada que contém os nutrientes necessários para os animais, brinquedos para roedores. Outro fato importante que a auxiliar de secretaria informa é fazer o enriquecimento do ambiente, para que os roedores se sintam à vontade.

“É preciso ter o contato físico de no mínimo de 1h e fazer a limpeza três dias na semana, além de colocar comida todos os dias. A noite eles comem bastante”, orienta. 

Referente a custos, Mateus diz que 5kg de ração dura em média dois meses, intercalando com verduras, dependendo de quantos animais a pessoa for criar. Ele ressalta que como cria diferentes espécies, para cada uma é necessário um tipo de alimento. 

“Tem verduras que as chinchilas não podem comer e a ração delas acabam mais rápido.  O meu hamster tem alimentação diferente dos outros roedores”, finaliza completando que é necessário que o dono faça uma pesquisa quanto a alimentação liberada para esses animais. 

*Colaborou o jornalista Jones Araújo em parceria com a Editoria BNews Pet

Classificação Indicativa: Livre

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