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Cientistas desenvolvem microchip com tecido humano que pode acabar com testes em animais

Universidade Hebraica de Jerusalem / Divulgação
Bnews - Divulgação Universidade Hebraica de Jerusalem / Divulgação

Publicado em 23/04/2021, às 10h13   Redação BNews


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Uma tecnologia desenvolvida por pesquisadores da Universidade Hebraica de Jerusalém permite testar novas drogas sem o uso de animais. A descoberta pode representar uma revolução na ciência e livrar milhões de cobaias vivas de experimentos em laboratório. O experimento foi publicado na revista científica Science Translational Medicine.

O procedimento trata-se de um microchip produzido com tecido humano que simula as reações do organismo de uma pessoa. Segundo os pesquisadores, o tecido apresenta sensores microscópicos que possibilitam o monitoramento, com precisão e em tempo real, das respostas do corpo a tratamentos com medicamentos específicos.

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Por meio da introdução de cisplatina (medicamento tradicionalmente usado no tratamento de câncer), os cientistas testaram a eficácia do chip, que replicou o efeito da droga em humanos e comprovou, ainda, que o remédio provoca acúmulo de gordura nos rins.

Em outro momento do teste, a cisplatina foi introduzida em conjunto com a empagliflozina, um medicamento para diabetes. A partir da reação do chip a essas substâncias, foi possível provar que a empagliflozina, em presença da cisplatina, consegue diminuir a gordura nos rins.

De acordo com a revista científica, os pesquisadores requereram a patente e a aprovação de um novo remédio sem a realização de testes em animais à Food and Drug Administration (FDA), agência de saúde dos Estados Unidos. O medicamento é uma combinação da cisplatina com empagliflozina, para ser usado no combate à esteatose hepática (excesso de gordura no fígado).

Segundo o diretor do Centro Alexander Grass de Bioengenharia da Universidade de Jerusalém, Yaakov Nahmia, é a primeira vez que se solicita a aprovação de uma droga sem testes em animais. “Os bichos possuem genética, fisiologia e metabolismo diferentes dos nossos. Por isso, muitas vezes, falham em replicar a reposta humana, por mais próximos que possam parecer”, disse.

Um levantamento da FDA apontou que 92% dos medicamentos aprovados em testes com animais falham quando aplicados em humanos. Testes em animais levam, no mínimo, quatro anos para apresentarem resultados consideráveis e, de acordo com Nahmia, podem custar milhões de dólares. O medicamento criado pelos pesquisadores de Jerusalém foi concluído em apenas oito meses, por uma fração do custo e sem o uso de um único bicho. “Podemos economizar tempo, dinheiro e, principalmente, sofrimento desnecessário”, garantiu o cientista.

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