Abrigo de animais passa por sufoco após precisar deixar sítio que abriga cerca de 300 pets: "É desanimador"

A administradora do abrigo Adão e Cão, Iane Magalhães de Santana, tem vivido dias complicados desde o início da pandemia. As coisas que já não estavam boas, ficaram ainda pior quando ela recebeu o aviso de que teria que deixar o sítio que ela abriga cerca de 300 animais. Com dívidas mensais e na Embasa e gastos com animais doentes ou em recuperação, Iane vem pedindo ajuda na web.

Segundo Iane contou ao BNews, o abrigo que se mantem por causa das doações, passou bastante dificuldade na pandemia, já que as pessoas passaram a ajudar menos. Mas, as dívidas começaram a aumentar mesmo quando, há mais de um ano, teve um vazamento de água no abrigo, que os voluntários não localizaram, e levou a ONG a ter um débito de R$ 47 mil.

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A água do abrigo foi cortada e Iane precisou fazer uma negociação com a Embasa. Após isso, ela conseguiu parcelar a dívida, que já havia diminuído e descido para R$ 17 mil, em dois anos. Apesar de dividir o débito, a administradora da ONG explicou que "não dá para pagar esse valor em um abrigo que vive de doações. O parcelamento mais o consumo de água de um abrigo com cerca de 300 animais foi impossível pagar".

Segundo Iane, a Justiça foi acionada e informou que a água não poderia ser cortada. Apesar disso, ela informou que estão, pela quinta vez, com aviso de corte. "A gente entra na justiça e religa a água", disse ela.

Iane tem o abrigo há 28 anos e nele há cerca de 300 animais diversos como cachorros, gatos, galinhas, cavalo e jabutis. Ela contou que, desde quando começou a trabalhar voluntariamente, tem tentado conseguir uma tarifa social.

"Vários lugares tem, o abrigo tem o direito de ter tarifa social, está dentro da lei isso, mas a Embasa nunca nos deu esse direito. Hoje o débito está em R$ 44 mil", contou.

Mudança de sede

Embora os problemas já parecessem grandes suficientes, Iane precisou lidar com outro tão complicado quanto o anterior: a mudança de local do abrigo. O sítio que os animais ficavam, em Abrantes, em Lauro de Freitas, precisará ser entregue pois a proprietária vendeu o espaço.

No dia 5 de dezembro do ano passado, o abrigo alugou um novo espaço, mas tem passado aperto para fazer a mudança. Isso porque não há recursos suficientes para contratar serviços que auxiliem nessa troca de local.

"Existe um processo que custa um dinheiro que nós não temos", afirmou Iane. Dentre os serviços que ela precisa, ela citou alguém para fazer o "desmonte dos materiais, o carreto, a compra da brita, do cimento e da areia e ainda a mão de obra".

"Estamos na reta final [da mudança]. O prazo máximo que os compradores deram para ela [priprietária] entregar a casa nós já ultrassamos, o que gerou uma revolta muito grande nos donos do sítio porque eles vão pagar multa por conta disso... estamos tentando acelerar", explicou.

Iane lamentou as dificuldades que tem passado. "Consegui ração para alimentar eles já está sendo muito difícil. Hoje eles estão comendo uma ração barata que fez com que a maioria perdesse peso de forma considerável e isso me assusta muito", pontuou.

De acordo com Iane, o abrigo gasta 50 kg de ração para cachorro por dia, 10 kg para gato, fora a alimentação dos outros animais. "O custo total do abrigo por mês é de R$ 28 mil, é impossível a gente arrecadar isso", disse.

Apesar da complicação deste período, Iane contou que tem projetos para esse novo sítio que pode ajudar a gerar autossustentabilidade para o abrigo. Para que dê o pontapé inicial, porém, a mudança precisa ser feita.

"É desanimador a gente vê que cada vez mais isso está sendo adiado por causa de dinheiro", finalizou.

O que fazer para ajudar?

Os interessados em ajudar o abrigo podem fazer doações para as contas de Iane na Caixa e no Nubank. Também pode ser feito um pix para a administradora do grupo. Para ver o Instagram do abrigo, clique aqui.

Confira informação de doações:

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