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É fofo mas não é pet: Conheça uma espécie de gato não domesticável e que corre risco de extinção

Reprodução / Youtube - Animal TV
Médica veterinária conversou com o BNews Pet sobre o Gato-maracajá e suas curiosidades  |   Bnews - Divulgação Reprodução / Youtube - Animal TV

Publicado em 01/03/2024, às 07h15   Cadastrado por Mariana De Siervi


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Um bichinho de estimação é um animal que convive com os seres humanos para proporcionar companheirismo no dia a dia. Os gatos são exemplos de espécies que podem ser criados por tutores em residências ou apartamentos.

No entanto, há uma espécie que, apesar de pertencer aos felinos e ser muito fofa, não é um animal de estimação: o gato-maracajá.

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Em entrevista ao BNEWS PET, a médica-veterinária Estela Larissa Santos trouxe curisidades sobre o bichano encontrado em partes da América Central e do Sul. 

Malene Thyssen/ Wikimedia Commons
Malene Thyssen/ Wikimedia Commons

Segundo a veterinária, sua distribuição abrange, principalmente, áreas de florestas tropicais, incluindo a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica, o Cerrado e o Pantanal. Eles também podem ser avistados em áreas de transição entre esses biomas.

"É um felino adaptável a diferentes tipos de ambientes, desde que ofereçam alguma cobertura vegetal e uma fonte adequada de presas para caça. Durante o dia descansam sobre as árvores. São animais solitários o que lhes permite evitar a competição por recursos e maximizando suas chances de sucesso na sua alimentação", disse.  

Ainda de acordo com a veterinária, esses animais só se juntam para acasalar. "Normalmente, às fêmeas dão à luz a um filhotinho, podendo gerar até dois e sua gestação dura em 80-84 dias. Esses felinos são ágeis e possuem habilidades de caça impressionantes, sua dieta é estritamente carnívora composta principalmente de insetos, roedores, aves e répteis ", destacou a médica veterinária", acrescentou.

Questionada sobre os motivos de o gato-maracajá não ser considerado um animal de estimação, Estela Larissa explicou o fato de o ambiente doméstico não ser apropriado para espécie, pois ela não consegue se adaptar ao local. 

"O gato-maracajá não é adaptado para viver em ambientes urbanos ou como animal de estimação em casa, e existem várias razões. Algumas delas são: comportamentos imprevisíveis e instintos predatórios fortes, espaço inadequado, o não fornecimento da dieta correta e específica, formação de problemas comportamentais e redução da populacional da espécie", pontuou. 

CURIOSIDADES SOBRE O GATO-MARACAJÁ 

Estela também citou algumas curiosidades desses felinos selvagens, principalmente, em relação a sua aparência e ao seu corpo e como ele é apto para viver em seu habitat natural. “Eles possuem uma cauda maior em relação a seu tamanho, o que difere de outros gatos selvagens e auxilia no equilíbrio e como contrapeso para saltar. Suas garras são também maiores, ajudando a agarrar troncos e galhos”, explicou.

A especialista também comentou sobre a coloração do bicho que varia entre amarelo-acinzentado e castanho-amarelado, com tonalidades intermediárias.

“As manchas pretas, chamadas de rosetas se dividem em circulares a linhas longitudinais (ajudam na camuflagem), tem a cabeça mais arredondada, orelhas curtas e olhos grandes e expressivos que os demais felinos. Outra curiosidade é a flexibilidade do tornozelo, permitindo rotacionar em até 180 graus. Essa característica é uma adaptação essencial para sua habilidade de caçar e se locomover em ambientes variados, o que lhes permite acessar diferentes áreas em seu ambiente, como copas de árvores, onde podem encontrar presas ou se refugiar”, pontuou. 

RISCO DE EXTINÇÃO?

Mundialmente, o gato-maracajá não está caracterizado como animal ameaçado de extinção, porém, a espécie está incluída na Lista Oficial de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, classificada como “vulnerável”, como também é tida como “quase ameaçada” pela IUNC (International Union for Conservation of Nature) e vem sofrendo com perdas em sua população. 

A médica veterinária explicou as razões sobre os riscos que a espécie sofre. “Sua população está ameaçada devido à dramática perda de habitat (principalmente, devido à expansão da agricultura e áreas urbanas), caça predatória e atropelamentos em estradas. Vale ressaltar que o gato-maracajá desempenha um papel importante no ecossistema como predador de controle de populações de presas e na manutenção do equilíbrio ecológico em seus habitats naturais”, destacou a especialista

É FOFO, MAS NAO É PET

Apesar de ser lindo e foto, o gato-maracajá não é considerado uma espécie domesticável, por isso, sua apreciação deve ser feita em seu ambiente natural, e também é necessário apoiar os esforços de conservação para proteger suas populações e habitats. Além disso, é importante ressaltar que no Brasil é considerado crime criar ou manter animais silvestres em cativeiro sem a devida autorização legal.

Classificação Indicativa: Livre

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