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VÍDEO: Gerentes de famosa rede de pet shop são acusados de assédio moral na Bahia

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De acordo com denúncia recebida pelo BNews, gerentes da Petz foram humilhados por superiores hierárquicos e demitidos em seguida  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Google Street View

Publicado em 03/10/2023, às 15h04 - Atualizado em 04/10/2023, às 10h40   Cadastrado por Daniel Brito


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Funcionários de lojas da rede de pet shop Petz localizadas na Bahia denunciaram ao BNews supostas práticas de assédio moral cometidas por superiores hierárquicos. De acordo com relatos feitos à reportagem por um gerente que trabalha em uma unidade na capital baiana,  os episódios têm ocorrido com frequência há pelo menos cerca de três meses.

O site  teve acesso a áudios e vídeos os quais revelam os possíveis comportamentos abusivos. Segundo a denúncia, gerentes das lojas situadas no bairro da Pituba (Salvador) e no Parque Shopping Bahia (Lauro de Freitas) teriam sido humilhados por um superior regional devido a desempenhos operacionais abaixo do esperado.

Os casos teriam acontecido, conforme o funcionário que pediu para não ser identificado, durante reuniões. De acordo com o gerente, as lojas da rede são avaliadas internamente através da metodologia NPS (Net Promoter Score), usada para medir a satisfação dos clientes.

Quando as lojas têm indicadores abaixo do esperado, diz, seus gerentes são colocados em um grupo de WhatsApp, no qual são constrangidos a prestar esclarecimentos. Além disso, são convocados a comparecer em uma reunião realizada com o gerente regional da rede.

Em um dos áudios obtidos pela reportagem, uma mulher, apontada como gerente da loja da Pituba tenta relatar uma evolução no desempenho operacional, mas é interrompida por um homem, identificado como Eliab e citado como gerente regional da Petz, que pede para que a colaboradora fale apenas de um "pacto" alinhado anteriormente.

Ao citar que não foi possível atingir a meta estipulada, o gerente se irrita e afirma que a loja não irá participar das próximas reuniões. "Qual a importância que sua loja dá para um compromisso firmado em reunião? Vocês não estão contribuindo em nada. Se a loja não estivesse fazendo parte do grupo, seria muito melhor. Você vai minimizar o impacto e, no mês que vem, sua loja não precisa aparecer na reunião. Eu não quero ela aqui", exclama.

"Mês que vem a loja Pituba não estará mais nessa reunião. Se tiver que apresentar, quem vai apresentar sou eu. A partir de agora, quem assume a NPS da sua loja sou eu", adiciona.

Em seguida, um homem apontado como gerente da loja do Parque Shopping Bahia é convocado a relatar os indicadores da sua unidade. Após o relato, Eliab brada: "Sua loja está 6 pontos percentuais acima do pior resultado que a gente tem. Como a gente vem para uma reunião apresentar um resultado como esse?".

Bastante insatisfeito com os desempenhos das duas lojas, o homem cobra melhorias nos resultados e chega a desqualificar o trabalho dos gerentes. "Essa é a pior reunião que pode ter. Quem está aqui é só a nata dos piores da regional", afirma. Os funcionários também teriam sido demitidos tempos depois.

Ainda de acordo com o denunciante, esse não é o único tipo de assédio sofrido por funcionários da Petz. Internamente, maus desempenhos das lojas costumam ser "premiados" com um "troféu abacaxi", utilizado para ironizar a condição. 

Em outra situação, gerentes de loja também estariam sendo obrigados a limpar as gôndolas onde os produtos ficam expostos com o próprio fardamento.

A reportagem teve acesso a um vídeo de um episódio que teria ocorrido em uma loja de Santa Catarina, onde um funcionário é obrigado a limpar uma gôndola com a manga da própria camisa. "Passe direito, com vontade", diz uma mulher que não aparece nas imagens, aos risos. 

Além disso, os funcionários estariam sendo obrigados a comprar livros de animais que não conseguem ser vendidos aos clientes. De acordo com a denúncia recebida pela reportagem, apesar de as situações terem sido levadas internamente aos canais da empresa, "nenhuma atitude foi tomada".

O BNews procurou a assessoria de comunicação da Petz para esclarecer as denúncias recebidas pela reportagem e aguarda retorno.

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