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Após paralisação, movimento formado por policiais faz “velório” da segurança pública em Sergipe

Peu Moraes / Ajunews
O ato é comandado pelo Movimento Polícia Unida, composto por delegados, policiais civis e militares, além de bombeiros.  |   Bnews - Divulgação Peu Moraes / Ajunews

Publicado em 17/01/2022, às 10h23 - Atualizado às 10h24   Redação


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Com direito a caixão e cruzes, um movimento formado por policiais sergipanos realizou um “velório” da segurança pública e mortes de policiais, na manhã desta segunda-feira (17), em frente à Secretaria de Segurança Pública (SSP), em Aracaju. O ato é comandado pelo Movimento Polícia Unida, composto por delegados, policiais civis e militares, além de bombeiros.

Na pauta de reivindicações estão o adicional de periculosidade, reestruturação da carreira de agentes, agentes auxiliares e escrivães; corte nas horas extras, e cobrança do pagamento das reposições inflacionárias.

Paralisação
Parte da categoria decidiu, na tarde de terça-feira (11), deflagrar a “Operação Padrão”. Com isso, eles decidiram não fazer publicidade da atividade policial; conduzir viaturas apenas que atendam aos requisitos do CTB e que tenham condições ideais de tráfego; e não realizar patrulhamento, diligência ou atendimento de ocorrência com menos de três policiais na viatura.

Por causa da mobilização, eles suspenderam atendimentos de ocorrência, lavratura de flagrante e registros de boletim de ocorrência. Os policiais e bombeiros militares estão no local apoiando as categorias, mas decidiram não realizar paralisação.

Após a paralisação, na sexta-feira (14), o Tribunal de Justiça de Sergipe (TJ-SE) considerou ilegal a operação organizada, segundo a Justiça, pelo Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Sergipe (Sinpol) e pela Associação dos Delegados de Polícia Civil do Estado de Sergipe (Adepol-SE).

A Justiça determinou ainda a imediata suspensão do movimento paredista, exige a volta das atividades dos servidores policiais civis e dos delegados de polícia. De acordo com a liminar, a greve das carreiras policiais civis do Estado de Sergipe é abusiva. A decisão considerou os atos atentatórios à segurança pública, a exemplo de paralisação e fechamento de cinco delegacias plantonistas, pelo período de 12 horas.

A decisão impossibilita também a realização de novas paralisações ou suspensão parcial de trabalho, sob pena de multa diária de R$ 50 mil às entidades representativas de classe, em caso de descumprimento.

O que diz o Governo de Sergipe
A reportagem entrou em contato com a Secretaria da Segurança Pública de Sergipe (SSP-SE) e aguarda um posicionamento da pasta. Após a paralisação, o Governo de Sergipe informou que continua aberto para o diálogo com todas as categorias e que, inclusive, já recebeu o movimento Polícia Unida, que apresentou uma solicitação de implantação de uma gratificação de periculosidade que na prática, significa um reajuste de 40%.

De acordo com o Estado, o movimento se recusou a discutir qualquer outra vantagem para os policiais e bombeiros. “Mesmo assim, compreendendo a importância dos operadores de segurança, o Governo está concluindo, juntamente com a SSP, os comandantes do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar e Polícia Civil, um projeto de reestruturação da carreira destes profissionais. Entre outras vantagens, isso promove o profissional de forma mais rápida, o que o leva a ter diversas vantagens, inclusive melhoria salarial”, diz trecho da nota.

Ainda de acordo com o Governo, o Projeto de Lei deve ser enviado para Assembleia Legislativa, no início de fevereiro, e as horas extras reivindicadas serão pagas integralmente, com a folha de janeiro no final do mês.

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