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Dormir em lona e banho pago: ambulantes se viram como podem durante o Carnaval

Dinaldo Silva/BNews
Alguns estão há dez dias ininterruptos nas ruas  |   Bnews - Divulgação Dinaldo Silva/BNews

Publicado em 24/02/2020, às 20h28   Léo Sousa


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À medida em que os dias da folia passam, o cansaço de quem participa da festa aumenta. Para alguns, porém, o desgaste é muito maior. Vendedores ambulantes entrevistados pelo BNews nesta segunda-feira (24), em Ondina, relataram as dificuldades que enfrentam durante o Carnaval.

Há dez dias ininterruptos, a vendedora Tainara Maia, 26, dorme em uma lona embaixo de uma árvore. "É bem puxado", ela relata. 

Para tomar banho e fazer a higiene pessoal, a ambulante se desloca até uma casa no Calabar - bairro próximo ao circuito -, onde uma moradora aproveitou o banheiro para oferecer o serviço.

"A gente paga dois reais [para tomar banho]. Se for fazer número dois ou usar o vaso, tem que pagar mais um real. Se passar de dez minutos, ela [a moradora] já chama", conta Tainara. 

Trabalhadores fazem fila em frente à casa para tomar banho: "Outro dia, eu peguei o número 36, e tava na 2 ainda".

Apesar de morar no Subúrbio Ferroviário, distante do circuito, C. B., 17, e sua família preferem ir para casa e voltar, todos os dias. "A gente vai umas seis horas da manhã. Quando dá mais ou menos umas três horas da tarde, nós já estamos aqui pra arrumar mercadoria, arrumar tudo pra começar a vender", ele conta.

O jovem e os seus familiares estão nessa rotina desde quarta-feira (19). "Dá pra dormir por volta de três horas de relógio. Disso, não passa. O sono fica bem desregulado. Tô aqui rezando pra chegar amanhã, e acabar logo. Meu pé dói, o corpo dói. Acordo, meu corpo só pede pra ficar na cama. É um sacrifício pra levantar", relata o vendedor.

Classificação Indicativa: Livre

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