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Cordeiras denunciam condições precárias, horas exaustivas de trabalho e baixa remuneração

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A maioria, por não ter nenhum trabalho formal, acaba se submetendo a isso  |   Bnews - Divulgação BNews

Publicado em 25/02/2020, às 21h38   Yasmim Barreto


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Com condições precárias, horas exaustivas de trabalho e baixa remuneração, os cordeiros contam ao BNews como é o dia a dia de quem contribui diretamente das ruas para os blocos do Carnaval de Salvador acontecerem.  

“É muito pau, fia! Uma humilhação para pegar uma camisa, a gente chega 10h da manhã, para começar a trabalhar 16h, mesmo sendo cadastrada, porque pode chegar gente a mais e eles distribuírem a camisa e a gente ficar sem”, contou Emile Cerqueira, 22 anos, que veio de Rio Sena para trabalhar como cordeira no bloco Largadinho, no Circuito Dodô.  

Para a jovem, que trabalha como cordeira há três anos, a jornada de trabalho de aproximadamente 10h, com alimentação insuficiente e de qualidade questionável, não compensa a diária de R$ 54. 

“Eles dão água quente, suco quente, eles querem obrigar a gente a colocar a corda para o canto e não é nossa obrigação, nossa obrigação é segurar a corda. Eles não dão uma comida, a gente queria uma merenda boa, um lanche bom, ainda mais que gente chega aqui muito cedo, é um pau que a gente dá é muito”. 

No entanto, por não ter nenhum trabalho formal, acaba se submetendo a isso. “Para quem não trabalha fixo, vale”. 

Além de Emile, outras cordeiras que estavam no local destacaram a violência entre os próprios colegas e os foliões. Segundo as mulheres, elas já foram agredidas diversas vezes durante o percurso.

Para o “combustível” dos foliões, os ambulantes, a situação é bem semelhante: dormindo há mais de 15 dias em lonas, no chão; pagando cerca de R$ 5 para tomar banho; e R$ 2 para carregar o celular. 

“Para dormir é ainda mais complicado, chove, aí tem que passar a noite em claro”, disse o ambulante Luiz Carlos, 49 anos. 

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