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Viva a diversidade! Público LGBT ganha ainda mais espaço no Carnaval de Salvador

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Há quem diga até que nos últimos anos o Carnaval soteropolitano se tornou uma verdadeira Parada Gay  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 05/02/2018, às 13h50 - Atualizado às 15h15   Diego Vieira


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Foi-se o tempo em que as máscaras serviam para se esconder do preconceito durante o Carnaval de Salvador. Hoje o cenário é bastante diferente. Seja em blocos, camarotes, trios sem cordas ou em becos dos circuitos da folia, é notória a presença massiva de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT). Há quem diga até que nos últimos anos o Carnaval soteropolitano se tornou uma verdadeira Parada Gay.

Isso é reflexo do aumento gradativo das opções para este tipo de público. Os espaços voltados para os foliões LGBT só crescem a cada edição da folia baiana. No primeiro dia da festa em 2018, por exemplo, atrações como Daniela Mercury e Claudia Leitte se apresentam sem cordas no circuito Dodô (Barra-Ondina). Ambas se consolidaram e se tornaram destaques entre o público gay.

Além das baianas, a folia momesca deste ano recebe apresentações de Anitta, na sexta-feira (9), Preta Gil, no sábado (10) e Pablo Vittar, na terça-feira (13).

Apesar da grande ascensão de alternativas, nem sempre foi assim. Até os anos 90, o único bloco voltado para o segmento era "Os Mascarados", puxado na época pela cantora Margareth Menezes. No entanto, na atualidade, a ala de foliões fantasiados deixou de ser a única opção para o público gay. 

Em um carnaval de crises, onde blocos não segmentados cancelam ou diminuem os dias do desfile na folia, os blocos considerados gays seguem com as vendas a todo vapor. É o caso do "Largadinho" e "Blow Out", puxados por Claudia Leitte, "Crocodilo", de Daniela Mercury e o estreante "O Vale", comandado por Alinne Rosa. Vendidos pela San Folia, central carnavalesca da boate San Sebastian, os abadás estão praticamente esgotados. É o que diz José Augusto, um dos empresários do grupo. "Diferente dos blocos considerados héteros, nós conseguimos manter o patamar de  vendas nos últimos três anos. Nessa altura do campeonato estamos com poucos abadás disponíveis", disse.

E os números não deixam mentir. Segundo o empresário, o bloco Blow Out já está com 90% dos abadás vendidos. Seguido do O Vale, com 85% e o Crocodilo e Largadinho, com 80%. Ao total foram disponibilizados 12 mil abadás. Desses, 80% foram vendidos para turistas de várias cidades do Brasil.

Ainda conforme Augusto, o sucesso nas vendas se deve ao serviço diferenciado que é oferecido aos foliões. "Nós não pensamos como empresários. Pensamos como folião. Nossos blocos tem praticamente o dobro de cordeiros, tiramos os carrinhos de bebidas de dentro do bloco, que era uma grande reclamação dos foliões, criamos os banheiros unisex, tudo isso para facilitar e proporcionar ainda mais conforto para os nossos associados", destacou.

Para ter acesso aos blocos é necessário desembolsar entre R$ 270 ( O Vale) e R$ 510 (Crocodilo - domingo).

Quem prefere não pular atrás dos trios, tem opção também de camarote com atrações queridinhas do público. É o caso do estreante Tribus Sprink Breack. O espaço vai funcionar no circuito Barra-Ondina, todos os dias da festa.

O camarote open bar vai receber shows de cantoras como Valesca Popuza, Jojo Todynho, Tati Quebra Barraco, além do grupo Rouge. Os ingressos custam entre R$ 120 e R$ 370.

Não para por ai. Quem nunca ouviu falar no famoso Beco da Off (antiga boate gay)? O ponto de encontro do público LGBT,  localizado na Barra, na verdade se chama Rua Dias d'Ávila-  ligação de pedestres entre a Avenida Oceânica e a Rua Marques de Leão.

Desde 2016 o local se transformou num arco-íris de verdade e passou a ser batizado de Beco das Cores, e a partir daí ganhou uma programação especial.

Neste ano, por exemplo, entre os dias 10 e 13 de fevereiro vão rolar apresentações de Djs nos intervalos das passagens dos trios das 19h às 0h.

Classificação Indicativa: Livre

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