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'Não reclamem, trabalhem', diz Doria após demitir prefeito regional que se queixou de falta de recursos

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Esta é a terceira demissão de assessores de Doria nos últimos dias  |   Bnews - Divulgação Tatiana Santiago/G1

Publicado em 16/11/2017, às 08h25   Redação BNews



Um dia após exonerar o gestor da Casa Verde/Cachoeirinha Paulo Cahim, o prefeito João Doria (PSDB) afirmou nesta quinta-feira (16) que os integrantes do seu governo que se queixarem de dificuldades serão demitidos. "Quero aproveitar para dar um alerta aos demais prefeitos e prefeitas das Prefeituras Regionais, não reclamem, trabalhem. Os que preferirem reclamar vão pra casa porque nós queremos gente que trabalhe, arregace as mangas. Pra reclamar não, pra trabalhar sim", disse Doria após a fiscalização da primeira via recapeada no programa Asfalto Novo, na Avenida Marechal Tito, na Zona Leste de São Paulo.

De acordo com o G1, Cahim criticou a falta de verbas públicas para o combate às enchentes e limpeza do piscinão localizado na Avenida General Penha Brasil. A reclamação ocorreu em uma reunião da Comissão de Finanças da Câmara Municipal, presidida pelo vereador Jair Tatto (PT). Conforme a publicação, na quarta-feira (15), a Prefeitura informou, em nota, que a exoneração de Cahim ocorre "por ele ter demonstrado conformismo diante das dificuldades, em lugar de empenho e criatividade na superação dos desafios".

Segundo o prefeito, as críticas devem ser feitas internamente. "Fazer críticas públicas e não trabalhar vai pra casa". Desta forma, a Prefeitura de São Paulo evitaria expor suas fragilidades à opinião pública e não desgastaria a imagem do tucano. A medida que surge como ameaça afeta todos os integrantes da gestão tucana independente da área ou setor de atuação. "Isso é uma norma. Não faz sentido nenhum, você é uma equipe ou você não é uma equipe. Se você é um time, trabalhe pelo time, arregace as mangas e trabalhe. Dificuldades nós temos desde o inicio da gestão, elas não surgiram agora", declarou.

O prefeito ressaltou que há um deficit de R$ 7,5 bilhões nos cofres públicos até o fim do ano. "São Paulo não está imune as enchentes, São Paulo está trabalhando para minimizar os efeitos das enchentes", disse. "Nós não vamos mentir para a população dizendo que acabou o problema da enchente em São Paulo porque isso não é verdade", afirmou.

Doria também afirmou que o piscinão será limpo e que o atraso ocorreu após o pregão de limpeza ser suspenso pelo Tribunal de Contas do Município. De acordo com o coordenador das Prefeituras Regionais, Claudio Carvalho, estão sendo avaliados alguns nomes técnicos para substituir Cahim. O novo prefeito regional deverá ser obrigatoriamente da região e ter curso superior. Esta é a terceira demissão de assessores de Doria nos últimos dias. O primeiro foi o jornalista Lucas Tavares, chefe de gabinete da Comunicação da Prefeitura, após ter sido gravado dizendo que iria dificultar “ao máximo” o acesso dos jornalistas que fazem pedidos pela Lei de Acesso à Informação. O segundo a ser demitido foi o filho de um executivo de empresa de limpeza que fiscalizava varrição no Centro da cidade.

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