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Engenheiro da Prefeitura de SP disse 3 vezes que prédio não tinha risco de desabar

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O engenheiro deve ser ouvido na investigação que foi reaberta pelo MP   |   Bnews - Divulgação Nacho Doce/Reuters/Reprodução

Publicado em 05/05/2018, às 16h26   Redação BNews



Três relatórios assinados por um engenheiro da Prefeitura de São Paulo diziam que o prédio que desmoronou na última terça-feira (1º) não tinha problemas estruturais. Os documentos foram obtidos pelo Jornal Hoje, da TV Globo, e mostram que o engenheiro Álvaro de Godoy Filho relatou que "não verificamos anomalias que impliquem em risco para o prédio”.

Essa primeira avaliação, segundo a publicação, foi feita em novembro de 2016. Em março do ano seguinte, o relatório traz a mesma informação e, oito meses depois, o engenheiro repete a mesma conclusão: ”não verificamos anomalias que impliquem em risco de desabamento”.

Os técnicos da Prefeitura de São Paulo tentaram fazer uma vistoria no local, em setembro de 2016, mas não conseguiram porque a entrada não foi permitida sem prévio agendamento com Ananias, homem apontado como coordenador da ocupação. O homem negou a informação em depoimento à polícia nesta sexta.

O engenheiro deve ser ouvido na investigação que foi reaberta pelo Ministério Público Estadual depois do desabamento, que deixou ao menos um morto. Os Bombeiros procuram ao menos cinco pessoas desaparecidas desde terça.

Em 2016, o Ministério Público já havia cobrado do governo federal, que era dono do imóvel, a desocupação. Em outubro de 2017, o governo federal repassou a guarda provisória do imóvel para a Prefeitura de São Paulo. Um ofício enviado em fevereiro deste ano pelo superintendente do Patrimônio da União, Robson Tuma, cobra do então prefeito João Doria (PSDB), informações sobre a desocupação do prédio. E cobrava a apresentação do projeto definitivo para o uso do edifício, os custos da reforma e o público que seria atendido.

A Prefeitura de São Paulo afirmou que desde a assinaturaa guarda provisória vinha negociando com os moradores que ocupavam o prédio por saber da necessidade das famílias deixarem o imóvel. A Prefeitura explicou que mesmo tendo a guarda do imóvel, a tutela legal do edifício continua sendo da União.

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