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“Fui chamado de assassino”, diz médico ao ser excomungado por realizar aborto em vítimas de estupro

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Médico lidera equipe que realizou aborto em menina de 10 anos, estuprada pelo tio  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Youtube

Publicado em 17/08/2020, às 21h38   Redação BNews


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O médico obstetra Olímpio Barbosa de Moraes Filho, que realizou neste domingo (16) o aborto da menina de 10 anos que foi estuprada pelo tio, relembrou, de quando foi excomungado pela igreja, em 2009, quando permitiu um aborto de gêmeos em uma menina de 9 anos que foi estuprada pelo padrasto.

"Fiquei assustado, aquilo parecia cena de filme. Fui cercado por pessoas que me chamavam de assassino e a maternidade, de lugar do demônio", lembrou o médico, em entrevista à revista Veja.

Olímpio participa, desde 1996, do time de profissionais que atende mulheres vítimas de estupro ou em gestação de risco que optam pelo aborto, no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros, em Recife, Pernambuco.

Mesmo já enfrentando polemicas anteriores pelo trabalho que realiza, o médico disse que nunca vivenciou algo antes como no domingo (16), quando um grupo de religiosos tentou invadir o hospital para impedir o aborto da menina de 10 anos, vítima de violência sexual. 

“Nunca tinha visto algo parecido nesses anos todos, é reflexo da força político-partidária que os movimentos religiosos têm tido ultimamente”, criticou o médico.

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