Brasil

Sindipetro rechaça decisão do STF que permite venda de refinarias: "Soberania está sendo assassinada"

FUP
Supremo decidiu nesta quinta-feira que refinarias podem ser vendidas sem aval do Congresso ou licitação  |   Bnews - Divulgação FUP

Publicado em 01/10/2020, às 18h01   Tiago José Paiva


FacebookTwitterWhatsApp

O Supremo Tribunal Federal decidiu por 6 a 4 que está permitida a venda de duas refinarias da Petrobras: a Landulpho Alves-Mataripe (RLAM), na Bahia, e a Presidente Getúlio Vargas (REPAR), no Paraná. A decisão foi prontamente rechaçada pelo Sindicato dos Petroleiros e Petroleiras do Estado da Bahia (Sindipetro) logo após a sessão deliberativa. 

"Apesar de se tratar do julgamento de uma liminar, é uma decisão lamentável. Como disse o ministro Ricardo Lewandowski, a soberania nacional brasileira está sendo assassinada", afirmou Deyvid Bacelar, diretor do Sindipetro ao BNews, na tarde desta quinta-feira (1º).

"Entendemos que essa decisão mostra a desarmonia dos poderes da República. É uma afronta à Constituição e ao Congresso. É bem definido que empresas não podem ser vendidas ou privatizadas sem aval da Câmara e do Senado. Esperamos que o parlamento se manifeste sobre isso, pois compreendemos que essa burla se trata de uma fraude."

O sindicato também alertou sobre a possibilidade de que decisões deste tipo acabem resultando em um esvaziamento das estatais brasileiras, não se limitando apenas à Petrobrás. 

"O que pode sobrar da Petrobrás é só um prédio administrativo do Rio de Janeiro fazendo gestão de contratos de plataformas afretadas no pré-sal. Essa decisão pode se replicar para todas as empresas públicas estatais, não ficando só na Petrobrás. Pode acontecer um verdadeiro esquartejamento, um esvaziamento, com tudo que o que foi construído há anos ficando nas mãos do capital financeiro internacional", finalizou. 

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp