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Com discussão sobre Orçamento e queda da Indústria, Bolsa cai e dólar sobe

Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Com receio de um processo de impeachment, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem buscado uma saída jurídica na discussão orçamentária que não crie um novo mal-estar com o Congresso Nacional  |   Bnews - Divulgação Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Publicado em 01/04/2021, às 18h47   Folhapress


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A discussão em torno do Orçamento de 2021 e a queda da produção industrial em fevereiro levaram o mercado brasileiro a um pregão negativo nesta quinta-feira (1º), na contramão de Wall Street. 

O Ibovespa caiu 1,18%, a 115.253 pontos. Na semana, o índice teve leve alta de 0,4%. O dólar teve alta de 1,45%, a R$ 5,7110, após cair mais de 2% na véspera. Na semana, a moeda caiu 0,5%.

Com receio de um processo de impeachment, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem buscado uma saída jurídica na discussão orçamentária que não crie um novo mal-estar com o Congresso Nacional.

Para não correr o risco de cometer crime de responsabilidade ao sancionar a proposta, o presidente foi orientado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, a fazer vetos ao texto, que é tratado por parte do governo como inexequível. A possibilidade, no entanto, enfrenta forte resistência na cúpula do Poder Legislativo.

A discussão em torno do Orçamento e receios fiscais levaram a ação do Bradesco a cair 3,66% e a do Itapu, 3,06%. As ações ampliaram as perdas no final do pregão após ruídos sobre medidas de tributação que afetem o setor, incluindo mudanças nas regras nesse sentido em relação a fundos de investimento, tributação sobre lucros e dividendos.

Nesta quinta, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que a indústria nacional interrompeu nove meses de ganho, com uma inesperada queda em fevereiro. Pesaram as perdas na produção de veículos automotores e indústrias extrativas, em meio à piora da pandemia de Covid-19 e restrições cada vez mais rigorosas.

A produção da indústria registrou queda de 0,7% na comparação com janeiro, contra ganho de 0,4% esperado em pesquisa da agência de notícias Reuters.

Em Nova York, o S&P 500 renovou seu recorde histórico, acima dos 4.000 pontos, impulsionado por Microsoft, Amazon e Alphabet, além de otimismo sobre a recuperação norte-americana com o novo pacote de Joe Biden. O índice subiu 1,18%. O Dow Jones teve alta de 0,52% e o Nasdaq, de 1,76%.

Na Bolsa brasileira, a Qualicorp recuou 4,42%, mais uma vez entre as maiores perdas, ainda na esteira do resultado trimestral divulgado na noite de terça-feira, que mostrou queda em receitas, desempenho operacional e margens. Para o BTG Pactual, além de números poluídos no quarto trimestre, a parte recorrente dos resultados ainda mostra perspectivas pouco claras.

Braskem fechou em alta de 2,19%, tendo renovando cotação recorde intradia a R$ 41,17. Nessa semana, analistas do Santander Brasil reiteraram recomendação de 'compra' para a ação e elevaram o preço-alvo de R$ 28 para R$ 47, avaliando que a petroquímica continua bem posicionada para aproveitar a sólida demanda por produtos petroquímicos.

M.Dias Branco, que não está no Ibovespa, caiu 6,19%, após queda no lucro do quarto trimestre, pressionado por maiores custos com trigo e câmbio e recuo da demanda interna recuou. A Mirae Asset destacou que, no geral, o desempenho operacional foi mais fraco do que o esperado, e que o resultado só não foi pior em razão do aumento de preços no período.

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