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Juiz condena depoente da CPMI das Fake News a indenizar repórter em R$ 50 mil por danos morais

Jane de Araújo/Agência Senado
Bnews - Divulgação Jane de Araújo/Agência Senado

Publicado em 15/04/2021, às 14h31   Redação BNews


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O juiz André Augusto Salvador Bezerra, da 42ª Vara Civil de São Paulo, condenou Hans River do Rio Nascimento, ex-funcionário da empresa de disparo em massa Yacows, a indenizar a jornalista Patrícia Campos Mello, repórter da Folha de S.Paulo, em R$ 50 mil por danos morais.

De acordo com o jornal, a Justiça também determinou que Hans pague as custas processuais e os honorários advocatícios no valor de 15% da condenação. Cabe recurso.

A repórter acionou a Justiça após ser insultada por Hans no dia 11 de fevereiro do ano passado, quando o ex-funcionário mentiu ao prestar depoimento à CPMI das Fake News, no Congresso, afirmando que a repórter se insinuou sexualmente a ele em troca de informações.

Hans trabalhou para a Yacows, empresa especializada em marketing digital, durante a campanha eleitoral de 2018.

Em dezembro daquele ano, reportagem da Folha baseada em documentos da Justiça do Trabalho e em relatos do próprio depoente mostrou que uma rede de empresas, entre elas a Yacows, recorreu ao uso fraudulento de nome e CPFs de idosos para registrar chips de celular e garantir disparo de lotes de mensagens em benefício de políticos.

“Sucede que as críticas dirigidas à autora pelo réu, citado na reportagem, não focam o trabalho. Focam a sua condição de mulher, o objeto de dominação sexual, conforme históricas práticas colonialistas que, em pleno século 21, ainda proporcionam forma ao sexismo”, disse o juiz.

Classificação Indicativa: Livre

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