Pedra de Xangô é tombada pela prefeitura

Símbolo das religiões de matriz africana e figura representativa da cultura afrodescendente, a Pedra de Xangô e a área considerada sítio histórico do antigo Quilombo Buraco do Tatu, na Avenida Assis Valente, em Cajazeiras 10, foram tombados nessa quinta – feira (4), pela prefeitura de Salvador.

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O processo de tombamento foi aberto a partir das solicitações da Associação Brasileira de Preservação da Cultura Afro-Ameríndia (AFA), da Associação Pássaros das Águas e da Câmara Municipal de Salvador.  De acordo com o prefeito ACM Neto (DEM), se antes o local era constantemente invadido, agora ele está protegido através da Fundação Gregório de Matos (FGM).

“Essa é uma área de culto religioso que muitas vezes era invadida inadequadamente, colocada em risco e agora o tombamento dela significa acima de tudo, o cuidado do poder público para garantir inclusive que no futuro a gente tenha aqui o Parque da Pedra de Xangô. A religião e a religiosidade é uma grande diferença da nossa terra. Salvador tem esse marco que a diferencia do Brasil e do mundo, que é a convivência entre as diferentes religiões, mas a presença é muito forte das religiões de matriz africana então o tombamento vem também para demonstrar o reconhecimento da importância cultural que tem as religiões de matriz africana”, explicou.

Segundo Neto, após o tombamento do local o próximo passo é a instalação de um parque na área verde da pedra. “Nós demos dois passos importantes nessa região de Cajazeiras, primeiro no último PDDU nós consideramos essa uma área de proteção ambiental, ou seja, protege de edificações inadequadas, de ocupações indevidas. Agora estamos fazendo o tombamento da Pedra de Xangô, o próximo passo será a construção do Parque da Pedra de Xangô, a área verde aqui é muito grande e precisa ser preservada, além de ser disponibilizada para a cidade. O parque não vai ser só para as pessoas que cultuam a pedra no ponto de vista religioso, mas sim para toda a cidade”, contou. A expectativa é que o Parque em Rede Pedra de Xangô, tenha um regimento próprio, conselho gestor e equipamentos como ciclovia, anfiteatro, e área para celebrações religiosas. 

A Pedra de Xangô é considerada um monumento natural sagrado e elemento de resistência cultural e aglutinador da teia de terreiros da localidade. Toda a região de 17 hectares onde se encontra a pedra já foi oficializada como a primeira Área de Proteção Ambiental (APA) criada pela Prefeitura com base no novo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Salvador (PDDU).

Além da Pedra de Xangô e do Cristo da Barra, já tombado pela prefeitura, já estão em curso os processos de tombamento da Igreja dos Aflitos, no Centro; Casa de Retiro São Francisco, em Brotas; terreiro Ilê Asè Kalè Bokun, em Plataforma; e Marco de Fundação da Cidade do Salvador, na Barra.