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Grupo Quilombola Quingoma pede demarcação de território em Lauro de Freitas

Adenilson Nunes
Em setembro, o Movimento Aquilombar e o Movimento Nacional Quilombo Raça & Classe denunciaram ataques que a comunidade tem sofrido  |   Bnews - Divulgação Adenilson Nunes

Publicado em 03/10/2018, às 14h50   Redação BNews


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O grupo Quilombola Quingoma, que fica em Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador, realiza um protesta nesta quarta-feira (3), em frente à sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), na capital baiana. Desde a construção da Via Metropolitana, eles denunciam que são vítimas de diversos ataques assistidos pelos poderes públicos.

Ainda conforme representantes, cerca de 100 pessoas participam do protesto, que pede por segurança na região do Quilombo e demarcação do território. Após a manifestação em frente ao Incra, eles seguiram pela Avenida Paralela, no sentido Centro.

Em setembro, o Movimento Aquilombar e o Movimento Nacional Quilombo Raça & Classe denunciaram ataques que a comunidade tem sofrido. “Repudiamos o ataque à casa de Dona Ana, liderança do quilombo. Desde 2013, com início das obras da Via Metropolitana, o Quilombo Kingoma vem resistindo aos ataques do governo da Bahia. Para que a obra fosse implementada, o governo invadiu as áreas do quilombo, destruiu uma enorme área de reserva florestal, derrubou árvores centenárias e sagradas para a ancestralidade quilombola e matou nossos rios e fontes de água”, diz trecho da nota.

Os grupos relataram também que após abertura da rodovia, aumentou a pressão das construtoras, junto com o governo do Estado e a prefeitura de Lauro de Freitas para diminuir as terras do quilombo para a construção de um bairro novo. Hoje, 578 famílias vivem em uma área de 1.284 hectares. O governo quer reduzir a área para apenas 300 hectares, área que não engloba nem 200 famílias.

Na época das obras, em 2016, a presidente da Associação do Quilombo Quingoma de Dentro, Ana Lúcia dos Santos Silva, conversou com o BNews. “A Bahia Norte está devastando nossa área, além de descumprir um acordo. O governo contratou uma equipe para delimitar nossa região, mas eles não esperaram o estudo terminar. Estão fazendo um estrago grande aqui”, lamentou.

Na mesma oportunidade, concessionária afirmou por meio de nota que os projetos e o licenciamento, que inclui a parte ambiental, das obras de construção da Via Metropolitana "foram previamente aprovados pelo Poder Concedente e demais órgãos competentes.

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