Cidades

Menina esquecida pelo pai no carro estava morta há cerca de três horas quando foi socorrida

Reprodução
O pai, que se apresentou espontaneamente na delegacia, foi autuado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 07/03/2024, às 18h28   Cadastrada por Letícia Rastelly


FacebookTwitterWhatsApp

A menina Izzi Gil de Oliveira, 4, que foi esquecida pelo pai no carro e acabou morrendo, teria sido socorrida depois de cerca de três horas após o seu óbito. A informação foi passada pelo médico socorrista Abraao Mendes, que atendeu a garota, ao G1. "Eu pude constatar no local que a criança estava em óbito, inclusive tinha sinais de rigidez na mandíbula, o que denotava pelo menos duas ou três horas que tinha acontecido o óbito", detalhou o socorrista.

Ainda de acordo com o médico, não há um tempo exato para morte de uma pessoa que fique dentro de um carro com o motor desligado: "É difícil falar em tempo, mas, no ambiente em que a criança se encontrava, acreditamos que é muito rápido. Talvez uns 20, 30 minutos para a criança ficar desacordada, e talvez menos de uma hora para ir a óbito", detalhou Abraao.

A tragédia

Izzi deveria ter sido levada para a escola, mas o pai, um homem de 40 anos, que não costumava ser o responsável por essa tarefa, esqueceu ela no carro, na manhã de quarta-feira (6), na cidade de Alagoinhas, distante 110 km de Salvador.

A menina, que dormia no carro, estava resfriada e, por isso, a mãe ligou para a instituição de ensino, para saber como ela estava. Foi então que ela soube que Izzi não tinha chegado na escola e acionou o marido, que ainda tentou socorrer a filha, mas não conseguiu.

O pai, que se apresentou espontaneamente na delegacia e contou o que ocorreu, foi autuado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, e liberado em seguida. "A questão da prisão em flagrante não foi feita porque ele se apresentou. Vamos remeter ao Judiciário, que vai fazer juízo dessa ação. A prerrogativa é do juiz para dar o perdão judicial, mas tudo depende do que eu colocar nos autos", explicou o delegado Rafael Almeida, coordenador da Coorpin de Alagoinhas.

Ainda segundo o delegado, o pai costumava almoçar no trabalho, mas esqueceu a marmita naquele dia:"Ele tem um horário de almoço muito pequeno e costumava levar marmita. Ontem, esqueceu a marmita e retornou para almoçar em casa. Nessa ocasião, a mãe pediu para ele aproveitar e deixar a menina na escola”. Ele, então, colocou a menina na cadeirinha, no banco do fundo, mas a esqueceu e foi direto para o trabalho.

O inquérito deve ser concluído em até 30 dias depende do laudo cadavérico, para verificar se a morte da menina é compatível com os fatos narrados pelo pai. "A prerrogativa é do juiz de conceder o perdão judicial, já que o dano que teve na vida dele, a 'pena' que teve, se reverteu bem mais grave do que poderia receber em uma sentença judicial", detalhou o delegado, que ainda irá interrogar a mãe de Izzi. A garota foi enterrada nesta quinta-feira (7).

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp